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Segunda Guerra na web

Till Janzer (ca)10 de novembro de 2008

Em uma página de internet, testemunhas narram histórias da Segunda Guerra. Elas contam, em entrevistas, o que vivenciaram sob os regimes nazista e comunista. No próximo ano, o site deverá ser lançado em várias línguas.

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Nos próximos três anos, a meta do website é reunir cinco mil entrevistasFoto: dpa

"Em agosto de 1942, recebi uma intimação para ser deportado e o número 63 para dependurar no pescoço. Todos deveriam se dirigir ao Palácio da Indústria de Praga. Cada um de nós foi obrigado a assinar um papel deixando suas posses, de livre e espontânea vontade, aos alemães. E tivemos que entregar as chaves de casa. Recebemos um "J" – de judeu – carimbado no documento de identidade. Desta forma, reuniram milhares de pessoas e levaram-nas às 4 horas da madrugada para a estação ferroviária em Bubeneč. De lá, fomos levados a Theresienstadt".

František Kraus contou sua história pessoal sobre a Segunda Guerra Mundial e a época posterior à guerra no website "pametnaroda.cz". Com a deportação para o campo de concentração Theresienstadt começou seu martírio. Um ano mais, ele era transportado para Ausschwitz. Kraus sobreviveu ao extermínio nazista, mas não ficou livre por muito tempo.

Foi preso pelos comunistas em 1952 sob a suspeita de espionagem e então condenado a 22 anos de prisão. Depois de sete anos, não suportando mais o fato de estar preso, tornou-se agente do serviço secreto tcheco-eslovaco StB, a fim de ser libertado mais cedo.

Entrevistas com testemunhas da época

A vida de František Kraus reflete todo o drama do século 20. Este é justamente o objetivo dos iniciadores da página de internet "pametnaroda.cz": eles querem contar a história da injustiça e do totalitarismo através de destinos pessoais – com entrevistas, histórias de vida e fotografias".

A iniciativa da página é da associação Postbellum [pós-guerra, em latim]. Há oito anos, a organização começou a colecionar relatos de testemunhas da guerra. Até agora, já existem 800 gravações – um projeto extenso. Em 2006, o diretor da Postbellum, Mikulaš Kroupa, teve a idéia de publicar as entrevistas na internet.

Website em várias línguas planejado

"Eles subiram o morro em fila indiana. Escutaram-se então dois tiros e voltaram sem o Karl". O relato de uma mulher de origem alemã da região da Boêmia diz respeito a um assassinato, ocorrido durante a assim chamada deportação violenta dos alemães da antiga Tcheco-Eslováquia.

A maioria dos relatos da página está até agora em tcheco, mas, em breve, isto deverá mudar. Quinze instituições de oito países já trabalham como parceiras do projeto. Entre elas, a Fundação Brücke/Most de Dresden; o Museu Imperial da Guerra de Londres e o Instituto para a Investigação dos Crimes do Comunismo na Romênia. Em breve, entrevistas e textos em várias línguas deverão ser anexados.

Segundo Mikulaš Kroupa, calcula-se que, "no começo de 2009, nossos parceiros da União Européia complementarão as páginas da internet com coletâneas próprias de testemunhas da época nas respectivas línguas". Nos próximos três anos, a meta é realizar cinco mil entrevistas.