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Trípoli tem greve geral em protesto contra violência de milícias

17 de novembro de 2013

Ação foi convocada "em sinal de luto" pelos 43 mortos em tiroteio na sexta-feira na capital da Líbia. Os confrontos continuaram no sábado. Governos ocidentais se dizem preocupados com situação no país.

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Foto: Getty Images

Após escalada da violência em Trípoli, a vida na capital líbia esteve em grande parte paralisada neste domingo (17/11), numa greve convocada pela administração local em protesto contra a ação das milícias. Embora o domingo seja dia útil na Líbia, a maioria dos bancos e lojas permaneceu fechada. Muitas escolas também não abriram.

De acordo com as autoridades locais, ao menos 43 pessoas morreram e mais de 450 foram feridas na noite de sexta-feira durante uma manifestação inicialmente pacífica contra milícias originárias da cidade de Misrata. Tiros foram disparados contra os manifestantes quando a passeata se aproximou da central de uma milícia.

"Campanha de desobediência civil"

No sábado, ocorreram novos confrontos entre milícias rivais num subúrbio a leste de Trípoli, deixando dezenas de feridos e ao menos seis mortos, segundo informações da mídia local. Milicianos de Misrata que pretendiam socorrer seus colegas na capital entraram em confronto com uma brigada que coopera com os militares.

O primeiro-ministro líbio, Ali Seidan, pediu que os cidadãos evitem novos confrontos. "As próximas horas e dias irão decidir a história da Líbia e o sucesso da revolução", alertou.

Protest und Gewalt in Libyen
Enterro de uma da vítimas do tiroteio entre manifestantes e milicianos em Trípoli: greve como sinal de lutoFoto: picture-alliance/dpa

Sadat Al-Badri, presidente do conselho local de Trípoli (que equivale à prefeitura), convocou, a partir deste domingo, uma greve geral de três dias. A medida é um "sinal de luto e solidariedade" em relação às famílias das 43 pessoas mortas", dizia o comunicado do conselho local.

Os cidadãos foram exortados a se comportar com "tranquilidade" para "preservar a unidade nacional e evitar a divisão do país". A convocação da greve geral faz parte de uma "campanha de desobediência civil" que deve prosseguir "até que as milícias se retirem" da capital líbia.

"Sinal grave"

O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, se disse "profundamente preocupado" e apelou para o diálogo. "Os líbios não arriscaram suas vidas na revolução de 2011 para presenciarem uma continuação da violência", afirmou, em comunicado divulgado no sábado.

O ministro alemão do Exterior, Guido Westerwelle, classificou os incidentes como "um sinal grave" e fez um apelo para que todas as forças políticas do país "colaborem para um processo de transição pacífica e democrática em uma Líbia unida".

De heróis a vilões

Após a queda do ditador Muammar Kadafi em 2011, os milicianos foram inicialmente saudados como heróis. No entanto, se recusam a entregar suas armas ou a integrar as novas forças de segurança. Em outubro, o próprio primeiro-ministro Seidan chegou a ser sequestrado, ficando por algumas horas em poder dos milicianos.

Há uma semana, milícias rivais já haviam travado violentas batalhas em Trípoli, matando uma pessoa. O motivo foi uma briga entre um miliciano de Misrata e milícias locais em um posto de controle de rua.

MD/dpa/afp