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East Side Gallery será restaurada

DW (jc/gr)7 de agosto de 2008

Os alemães sempre sonharam com o fim do Muro de Berlim. Agora, quase vinte anos após a queda, os trabalhos artísticos pintados sobre os restos do Muro serão preservados contra erosão e vandalismo.

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118 artistas de 21 países diferentes participaram do projetoFoto: dpa

A Mühlenstrasse, em Berlim – uma avenida de quatro pistas com grande movimento de automóveis e em grande parte desprovida de prédios – é um lugar que geralmente não atrairia muitos turistas. Mas cerca de meio milhão de pessoas visitam anualmente essa parte da cidade só para ver a East Side Gallery, um trecho de 1.316 metros do Muro de Berlim reconstituído.

A "galeria", originalmente fundada em 1990, depois da derrocada do comunismo, inclui trabalhos de 118 artistas de 21 países diferentes.

Deutschland Berlin Mauer East Side Gallery Kani Alavi
O iraniano Kani Alavi foi um dos líderes do projeto, realizado em 1990Foto: AP

Como muitos destes trabalhos estão danificados pela erosão ou pelo grafite, em outubro do ano passado, os artistas responsáveis pelas pinturas foram convidados a voltar a Berlim e trabalhar no restauro das obras do que é atualmente um dos pontos turísticos mais insólitos da capital alemã.

Cerca da metade dos 2 milhões de euros necessários para a restauração vem da União Européia, do governo alemão e dos cofres da cidade. O restante será coberto por fundos de loteria.

A conclusão está prevista para 9 de novembro de 2009, a tempo de celebrar os vinte anos da queda do Muro de Berlim.

Artista iraniano, Muro alemão

O projeto partiu de uma iniciativa de artistas dirigida pelo iraniano Kani Alavi, que mora em Berlim desde 1980 e cujo trabalho também foi imortalizado nos resquícios do comunismo gravados em concreto.

Não é a primeira vez que a galeria é renovada. No ano 2000, uma companhia de tintas alemã patrocinou a restauração de cerca de 40 metros dos trabalhos originais, mas é a primeira vez que a galeria inteira passa por um processo de restauração.

Galerie Berliner Mauer: Mauerspechte
Turistas levam pedaços do Muro como "lembrancinha" para amigos e familiaresFoto: AP

Inimigos do Muro

Ironicamente, a galeria hoje voltada para os antigos bairros de Berlim Oriental representa como o Muro era visto de Berlim Ocidental, uma vez que os residentes do lado comunista da cidade eram proibidos de sequer tocar o Muro, imagine então pintá-lo.

Igualmente irônico é o fato de os maiores inimigos da conservação do Muro serem os próprios turistas. Muitos acham que levar um pedaço do Muro para casa é um souvenir bacana para família e amigos. Desrespeitam até mesmo as placas que informam os visitantes de que estão diante de um pedaço de história e não de um Muro qualquer.

"Alguém chegou até a roubar as placas, pois eles também são uma ótima lembrancinha", contou Alavi para o jornal berlinense Tagesspiegel.