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EsporteAlemanha

Hertha demite treinador por comentário homofóbico e xenófobo

6 de abril de 2021

Clube afirma que falas são incompatíveis com seus valores. Treinador de goleiros disse que política migratória da UE era "ruína moral" e criticou atleta que apoiou casamento gay.

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Treinador Zsolt Petry usando casaco e gorro
Em comunicado, Zsolt Petry disse estar arrependido e pediu desculpa a ofendidosFoto: Metodi Popow/imago images

O time alemão de futebol Hertha Berlim, integrante da Bundesliga, demitiu nesta terça-feira (06/04) seu treinador de goleiros Zsolt Petry, de nacionalidade húngara, por comentários que ele fez sobre imigração e homossexualidade.

Em entrevista publicada pelo jornal húngaro Magyar Nemzet na segunda-feira (05/04), Petry disse que a política migratória da União Europeia era uma "ruína moral" da Europa e criticou o goleiro do time alemão RB Leipzig, Peter Gulacsi, também da Hungria, por ele ter apoiado publicamente o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

"Não sei o que levou o Peter a sair em defesa de pessoas homossexuais, travestis ou com outras identidades de gênero", disse Petry. Em dezembro, Gulacsi publicou uma mensagem em seu Facebook criticando uma reforma constitucional na Hungria que na prática impediu que casais LGBTQ adotassem crianças.

"Se eu fosse ele, como atleta, focaria no futebol e não faria comentários públicos sobre temas sociais e políticos", disse Petry, que disputou 38 partidas pela seleção húngara como goleiro e foi eleito o jogador do ano na Hungria em 1990.

Questionado pelo Magyar Nemzet se apoiava políticas conservadoras, Petry respondeu: "Certamente. Não entendo como a Europa pôde se afundar tanto moralmente; a política migratória é uma expressão da ruína moral. A Europa é um continente cristão. Permita que possamos continuar a viver com os valores nacionais que aprendemos ao longo dos anos".

"Os liberais inflam qualquer opinião contrária", ele disse. "Quando você não acha que a migração é positiva, porque criminosos invadiram o continente, então eles o acusam de ser um racista", afirmou.

Comentários "incompatíveis"

Na terça, o Hertha anunciou que, após apuração, decidiu romper o contrato com Petry, que estava no clube desde 2015.

"Sempre admiramos muito o trabalho de Zsolt Petry no Hertha BSB, e sempre o consideramos aberto, tolerante e prestativo. Em nenhum momento ele agiu de forma homofóbica ou xenófoba", disse o presidente do Hertha, Carsten Schimdt, em um comunicado.

"Mas chegamos à conclusão que os comentários feitos por ele não são compatíveis com os valores do Hertha BSC."

No mesmo comunicado, Petry afirmou que ele não é "nem homofóbico nem xenófobo", mas aceitou a decisão do clube. "Estou arrependido por meus comentários sobre política migratória e gostaria de pedir desculpas a todos os que buscaram refúgio aqui e aos que ofendi", disse Petry.

A rede de torcedores LGBTQ+ de futebol Queer Footbal Fanclub (QFF) elogiou a decisão do Hertha, que considerou "boa e correta".

Marc Schwitzky, fundador de um popular site de torcedores do Hertha, o Hertha Base, disse no Twitter que os comentários de Petry eram "incompatíveis com os valores do Hertha BSC".

bl (DW, dpa)