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Trump admite que Moscou pode estar por trás de ciberataques

11 de janeiro de 2017

Pela primeira vez, presidente eleito reconhece possível envolvimento russo em ataques a computadores democratas durante eleições. Porém, ele rejeita ter aliança com Kremlin: "Não temos acordos, não tenho dívidas."

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Donald Trump
Foto: Getty Images/AFP/D. Emmert

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu pela primeira vez nesta quarta-feira (11/01) que a Rússia pode estar por trás dos ataques cibernéticos ocorridos nas eleições presidenciais. O alvo principal dos hackers foi o comitê eleitoral democrata. O republicano negou ainda as recentes acusações sobre sua ligação com Moscou.

"Acho que foi a Rússia, mas já fomos hackeados por outros países e por outras pessoas", disse Trump em Nova York, em sua primeira coletiva de imprensa desde eleito.

O magnata, porém, negou que teria se beneficiado dos ataques aos computadores democratas ao aceitar receber informações obtidas pela agência de inteligência russa.

"Não tenho acordos com a Rússia. Não tenho dívidas com a Rússia também", destacou.

Ele rebateu as notícias de que, durante uma reunião com as agências de inteligência dos EUA, teria sido informado sobre supostas operações de agentes russos que podem incluir material comprometedor sobre ele e que poderia ser utilizado para chantageá-lo.

De acordo com presidente eleito, as notícias não fazem sentido e jamais deveriam ter sido divulgadas. "Considero uma desgraça" que esta informação tenha chegado ao conhecimento público, acrescentou.

Horas antes de sua primeira entrevista coletiva como presidente eleito, Trump usou o Twitter para atacar as agências de inteligência americanas, após o vazamento do dossiê com as denúncias.  "Agências de inteligência jamais deveriam permitir esse 'vazamento' de notícias falsas. Mais um tiro contra mim. Estamos vivendo na Alemanha nazista?", chegou a questionar o republicano.

Muro na fronteira 

Na coletiva, Trump se comprometeu também a começar a construção de um muro na fronteira com o México, mesmo antes do fim da negociação com o país vizinho sobre a medida polêmica. Ele admitiu que estuda uma proposta para financiar inicialmente o projeto com dinheiro de impostos americanos.

"Não quero esperar um ano e meio para fazer um acordo com o México", afirmou. "O México pagará pelo muro", frisou.

Mesmo assim, Trump disse ter "respeito" pelo povo mexicano e seu governo, e alegou que as autoridades locais "não têm culpa do que está acontecendo" com a imigração ilegal. O republicano não detalhou de que forma o México vai "reembolsar" os Estados Unidos pelas despesas com a construção desse muro.

"Vai acontecer, seja por impostos ou com pagamentos", declarou.

O presidente prometeu também criar um imposto destinado a empresas que produzem no exterior para evitar que fábricas deixem os EUA e transfiram sua produção para outros países. "Serei o maior criador de empregos que Deus já criou", disse.

Sobre suas empresas, Trump afirmou que cederá o controle delas a seus filhos Eric e Donald Júnior, mas não liquidará os ativos nos negócios. Para evitar conflitos de interesse, o republicano acrescentou que não fará negócios no exterior durante seu período na presidência.

Trump destacou que, se quisesse, poderia continuar dirigindo sua companhia enquanto está na Casa Branca, e afirmou que seus filhos não discutirão as decisões empresariais com ele. O magnata também disse que deve doar todos os lucros que seus hotéis tiverem no exterior ao Tesouro americano.

CN/efe/rtr/ap