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Trump ameaça suspender ajuda a palestinos

25 de janeiro de 2018

Após reunião bilateral com premiê israelense em Davos, presidente dos EUA diz que, para terem ajuda financeira, palestinos devem voltar a negociar a paz com Israel e mostrar respeito.

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Trump se reuniu com Netanyahu em Davos
Trump se reuniu com Netanyahu em DavosFoto: Reuters/C. Barria

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nesta quinta-feira (25/01) suspender a ajuda aos palestinos caso estes continuem a recusar negociações de paz com Israel. A ameaça foi feita após um encontro entre o republicano e o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, em Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial.

"O dinheiro está sobre a mesa e não irá para eles até se sentarem e negociarem a paz", advertiu Trump. O presidente criticou ainda a recusa do presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em receber o vice-presidente dos EUA, Mike Pence, na semana passada, durante viagem do americano à região. Na ocasião, Pence anunciou a transferência da embaixada americana para Jerusalém até o fim de 2019.

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"Os palestinos faltaram com o respeito ao nosso grande vice-presidente", disse Trump, que ameaçou reter mais fundos para os palestinos se os dirigentes não mostrarem respeito, além de voltar para a mesa de negociações.

O presidente americano não foi claro em relação à quantia que ameaçou reter. Desde meados dos anos 1990, Washington já contribuiu com mais de 5 bilhões de dólares em ajuda econômica e para segurança dos palestinos. Desde 2008, os repasses anuais dos EUA ao povo palestino são, em média, de 400 milhões de dólares, grande parte destinada a projetos de desenvolvimento.

Na semana passada, o governo Trump já congelou 65 milhões dos 125 milhões de dólares que deveria repassar à Agência da ONU de Assistência aos Refugiados Palestinos (UNRWA) em janeiro, alegando a necessidade de reformas, mas sem especificá-las.

Em Davos, Trump reiterou ainda seu desejo de paz e argumentou que, com a eliminação da questão de Jerusalém – em referência ao anúncio pelos Estados Unidos que reconhecerá a cidade como capital de Israel –, foi eliminado um obstáculo para o sucesso das negociações.

Impasse nas negociações

Os palestinos se retiraram das negociações após a decisão dos EUA, no final do ano passado, de reconhecer Jerusalém como capital de Israel. A ANP, bem como algumas nações árabes, decidiram que os Estados Unidos já não podem ser considerados um interlocutor imparcial no processo de paz.

Em resposta às declarações de Trump nesta quinta-feira, o porta-voz de Abbas, Nabil Abu Rdainah, afirmou que os próprios EUA se retiraram da mesa de negociações ao reconhecerem Jerusalém como capital de Israel.

"Os direitos palestinos não estão à altura de qualquer barganha, e Jerusalém não está à venda. Os Estados Unidos não podem ter papel algum a não ser que voltem atrás na decisão", ressaltou.

Em Davos, Netanyahu afirmou que somente os EUA podem negociar um acordo de paz. "Não há substituto para os Estados Unidos, como negociador honesto e facilitador. Nenhum outro corpo internacional faria isso", acrescentou.

A reunião bilateral entre Trump e Netanyahu ocorreu logo após a chegada do presidente americano a Davos, onde ele discursará sobre sua agenda econômica protecionista na sexta-feira.

CN/efe/lusa/rtr

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