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Trump defende veto a cidadãos de países muçulmanos

30 de janeiro de 2017

Presidente americano reage a críticas de senadores republicanos e diz que medida "não é sobre religião, mas sobre terrorismo". Protestos contra ordem executiva se espalham pelos EUA.

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Donald Trump
Foto: Reuters/K. Lamarque

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a defender neste domingo (29/01) a ordem executiva que suspende a entrada em território americano de cidadãos vindos de sete países de maioria muçulmana.

"Não se trata de religião, mas de terrorismo e sobre manter nosso país seguro. Há mais de 40 países no mundo que têm maioria islâmica e que não são afetados por essa ordem. Vamos novamente emitir vistos para todos os países assim que tivermos certeza de que revisamos e implementamos, ao longo dos próximos 90 dias, as mais seguras políticas", escreveu Trump.

O veto de três meses a cidadãos do Irã, Iraque, Líbia, Somália, Sudão, Síria e Iêmen gerou protestos em massa nos EUA e críticas de aliados de Trump no Congresso americano. Em comunicado conjunto, os senadores republicanos John McCain e Lindsey Graham afirmam que "esse processo apressado" pode ter "resultados danosos".  

"Tememos que essa ordem executiva se torne numa ferida auto-infligida na luta contra o terrorismo", escreveram. "Nossos mais importantes aliados na luta contra o 'Estado Islâmico' são a vasta maioria muçulmana que rejeita a ideologia apocalíptica de ódio do grupo."

Os senadores acrescentam que a ordem envia um sinal de que os EUA não querem mais muçulmanos no país e pode contribuir mais para o "recrutamento terrorista do que melhorar a segurança" do país.

"Não deveríamos impedir quem tem um 'green card' de retornar ao país que chamam de lar. Não deveríamos deter aqueles que serviram como intérpretes para o nosso Exército e os diplomatas que procuram refúgio no país pelo qual arriscaram suas vidas. E não deveríamos voltar nossas costas aos refugiados que têm demonstrado não representar nenhuma ameaça à nossa nação", escreveram.

Protestos

O veto provisório gerou indignação mundial no fim de semana. Vários passageiros foram barrados ao chegarem a aeroportos nos Estados Unidos. A juíza federal Ann M. Donnelly, do Tribunal do Distrito Federal de Brooklyn, em Nova York, bloqueou parte do veto no sábado, proibindo que cidadãos dos sete países especificados que chegarem aos aeroportos sejam deportados para os países de origem.

A ordem executiva de Trump também gerou protestos em várias cidades americanas. Milhares de pessoas foram às ruas em Nova York, Boston, Washington e Los Angeles levantando cartazes com as mensagens "Sem veto" e "Ama o teu próximo". Manifestações espontâneas também aconteceram nos aeroportos onde estrangeiros foram barrados.

A ordem executiva proíbe a entrada de refugiados num período de ao menos 120 dias e restrição a cidadãos de sete países de maioria muçulmana durante 90 dias. Em comunicado, a Casa Branca esclareceu que cidadãos dos países listados que possuem autorização de residência permanente (green card) "não são afetados", mas ponderou que podem ser questionados por autoridades ao chegar ao país. 

KG/efe/ap/afp