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Trump pressiona e diz que ONU não atingiu todo potencial

18 de setembro de 2017

Em discurso nas Nações Unidas, presidente defende reforma da organização, critica "má gestão e burocracia" e pede cortes no orçamento, do qual EUA são principal contribuinte.

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USA UN Generalversammlung in New York Donald Trump und Antonio Guterres
Trump em evento na ONU ao lado do secretário-geral da organização, António GuterresFoto: picture-alliance/AP Photo/E. Vucci

Na véspera de sua estreia nas Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, fez pressão nesta segunda-feira (18/09) por uma extensa reforma do órgão internacional, em evento ao lado da embaixadora americana na ONU, Nikki Haley, e do secretário-geral, António Guterres.

Trump, que discursa na manhã desta terça-feira na Assembleia Geral, em Nova York, declarou que as Nações Unidas "não atingiram todo seu potencial por causa da burocracia e da má gestão". Ele ainda pediu cortes no orçamento, do qual os EUA são o maior contribuinte.

"O orçamento da ONU aumentou 140%, e seu número de servidores mais do que duplicou desde o ano 2000. Mas não vemos os resultados desse investimento", opinou o líder americano, que durante a campanha eleitoral não poupou críticas à organização, chegando a chamá-la de "clube para jogar conversa fora".

"Para honrar nossos cidadãos, precisamos garantir que nenhum Estado-membro fique com uma parte desproporcional do fardo, militarmente ou financeiramente", completou. Antes de chegar ao poder, Trump ameaçou cortar a contribuição americana quando se tornasse presidente.

Os Estados Unidos são o país que mais contribui com o orçamento da entidade internacional, sendo responsáveis por 22% de seus gastos gerais e 28% dos custos com missões de paz.

Apesar das críticas a gestões anteriores da ONU, o líder americano elogiou as ações que estão sendo tomadas por Guterres, à frente da organização desde o início deste ano. Graças ao atual secretário-geral, o órgão está "mudando rapidamente", afirmou o presidente.

Trump disse apoiar plenamente a "grande visão de reforma" do ex-primeiro-ministro português e declarou que as Nações Unidas podem se transformar numa força importante em "favor da paz e da harmonia" do mundo se as mudanças forem verdadeiramente claras.

"Encorajamos o secretário-geral a utilizar plenamente sua autoridade para reduzir a burocracia, reformar sistemas antiquados e tomar decisões firmes para promover a missão central da ONU", acrescentou o presidente.

Trump sugeriu, por exemplo, o uso de métodos empresariais na gestão de missões de paz, pedindo que cada uma delas "tenha objetivos claramente definidos e formas de medir seu sucesso". Segundo o presidente, isso mostraria às pessoas o valor dos esforços da ONU e levaria a um retorno da "confiança do mundo" no órgão.

Guterres, por sua vez, concordou com as críticas e sugestões do líder americano e agradeceu Washington pelo apoio nos esforços de reforma.

"Alguém me perguntou recentemente o que me tira o sono. E a resposta é simples: burocracia. Estruturas fragmentadas, procedimentos bizantinos e intermináveis regulamentos", afirmou o secretário-geral, em discurso após o de Trump.

A fala do líder republicano, que durou cerca de cinco minutos, ocorreu durante uma reunião organizada pelos EUA para discutir reformas na organização. Representantes de 120 países estiveram reunidos na sede das Nações Unidas em Nova York para o encontro.

Ainda nesta segunda-feira, Trump participa de um jantar com o presidente Michel Temer, que embarcou para Nova York para a 72ª Assembleia Geral das Nações Unidas. Nesta terça-feira, o chefe de Estado fará o discurso de abertura do evento, que tradicionalmente cabe ao presidente do Brasil.

EK/ap/afp/efe/lusa/ots