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Trump processa bancos para proteger registros financeiros

30 de abril de 2019

Presidente aciona Justiça para tentar impedir que Deutsche Bank e Capital One cumpram exigências de comitês do Congresso. Defesa da família Trump classifica demandas por informações bancárias de "puramente políticas".

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Presidente dos EUA, Donald Trump
Donald Trump, três de seus filhos e sete de suas empresas entraram com uma ação contra Deutsche Bank e Capital One Foto: Reuters/L. Millis

O presidente dos EUA, Donald Trump, três de seus filhos e sete de suas empresas entraram com uma ação judicial federal para tentar impedir que os bancos Deutsche Bank e Capital One cumpram as intimações de comitês do Congresso que investigam suas transações financeiras.

Apresentada na noite de segunda-feira (29/04) a um tribunal federal em Nova York, a ação alega que as demandas pelos registros bancários da família Trump feitas por comitês da majoritariamente democrata Câmara dos Representantes não têm propósito legítimo e são "puramente políticas".

"As intimações foram emitidas para perseguir o presidente Donald J. Trump, vasculhar todos os aspectos de suas finanças pessoais, seus negócios e as informações privadas do presidente e de sua família, e bisbilhotar qualquer material que possa ser usado como uma ferramenta política contra ele", disse o documento.

Em resposta à medida judicial de Trump, Adam Schiff, presidente do Comitê de Inteligência da Câmara, e Maxine Waters, do Comitê Financeiro da Câmara, ambos democratas, disseram que a ação não tem mérito legal.

"Essa ação não foi planejada para ter sucesso. Ela foi projetada apenas para adiar a prestação de contas no maior tempo possível", disseram. "Trump já afirmou publicamente que está combatendo todas as intimações do Congresso, e que ele não respeita o papel do Congresso como um ramo igualitário do governo. Essa obstrução sem precedentes não funcionará."

Anteriormente, Schiff havia afirmado que as intimações eram parte de uma investigação "sobre alegações de potencial influência estrangeira no processo político dos EUA", em referência às supostas ligações de Trump com a Rússia.

Em meados de abril, os comitês da Câmara emitiram intimações a várias instituições financeiras para obter informações sobre as finanças de Trump. Os bancos Deutsche Bank e Capital One estão envolvidos nos negócios imobiliários do império de Trump

O conflito entre o presidente e a Câmara dominada pelos democratas se intensificou após o lançamento, em abril, do relatório do procurador-especial Robert Mueller, que apurou a interferência russa nas eleições presidenciais. O documento apontou não haver provas suficientes para acusações formais de conspiração com a Rússia no pleito de 2016 ou de obstrução de Justiça posteriormente.

De acordo com a interpretação do procurador-geral William Barr, a investigação de Robert Mueller não estabeleceu conluio entre Trump ou sua equipe e a Rússia. Mas o resumo público de Barr sobre as descobertas da investigação de Mueller, divulgadas antes do lançamento do documento, foi posteriormente criticado como incompleto.

Em seguida, os democratas intimaram o Departamento de Justiça para repassar o relatório completo e as provas em que se baseou. O testemunho do próprio Barr sobre o relatório está agendado no Congresso para esta quinta-feira. 

A presidente da Câmara, Nancy Pelosi, disse que Barr estaria "obstruindo o Congresso" caso não compareça na quinta-feira. Segundo a parlamentar democrata, Barr não pode "dizer ao comitê como conduzir seus inquéritos".

"O procurador-geral dos Estados Unidos não é o advogado pessoal do presidente, e ele deve atuar como procurador-geral dos Estados Unidos e honrar suas responsabilidades", disse Pelosi.

PV/dpa/ap/ots

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