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Trump se recusa a participar de debate virtual

8 de outubro de 2020

Após presidente contrair coronavírus, comissão alterou evento da próxima semana para que candidatos se enfrentem remotamente. Democrata Joe Biden aprovou mudança.

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Donald Trump na Casa Branca
"Eu não vou participar de um debate virtual. Isso é inaceitável", afirmou TrumpFoto: Erin Scott/Reuters

Apesar de estar infectado com o novo coronavírus, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta quinta-feira (08/10) que não participará de um debate virtual contra seu adversário nas eleições, o democrata Joe Biden. A recusa coloca em dúvida a realização do evento marcado para 15 de outubro.

"Eu não vou participar de um debate virtual", afirmou Trump à emissora de televisão Fox Business. "Isso é inaceitável", acrescentou.

A declaração foi dada logo após a comissão que organiza os eventos anunciar que o debate agendado para a próxima semana, que deveria ocorrer em Miami, foi transferido para o formato virtual para proteger a saúde de todos os que estão envolvidos, depois que Trump foi diagnosticado com covid-19.

O presidente já tinha dito que não compareceria ao evento se ainda estivesse com o vírus. Diante dessa incerteza, a comissão modificou o formato e anunciou que os candidatos participariam de forma "remota" e em locais diferentes, enquanto os espectadores e o moderador estariam em Miami e fariam perguntas aos candidatos.

A campanha de Biden aprovou a mudança. O democrata já tinha dito que um evento presencial não deveria ser realizado enquanto o presidente não testasse negativo para o coronavírus.

Mais tarde, os republicanos propuseram adiar em uma semana os dois debates restantes, para assegurar que os eventos ocorram com a presença física de ambos. O gerente da campanha de Trump, Bill Stepien, afirmou em nota que "o povo americano não deve ser privado da chance de ver os dois candidatos frente a frente mais duas vezes".

Ele propôs que o debate do dia 15 seja adiado para o dia 22, data em que ocorreria o terceiro embate direto entre Trump e Biden, com a participação do público. Dessa forma, o último debate antes das eleições ocorreria no dia 29 de outubro. 

Após a recusa do republicano em participar do debate no formato virtual, a campanha de Biden também havia proposto um adiamento de uma semana, "para que o presidente não possa fugir de suas responsabilidades", segundo afirmou a coordenadora da campanha de Biden, Kate Bedingfield. 

Em comunicado, ela ressaltou que "os eleitores devem ter a oportunidade de fazer suas perguntas diretamente aos dois candidatos". "Todos os candidatos à presidência desde 1992 participaram desses eventos, será vergonhoso se Trump for o primeiro a se recusar:"

Trump foi diagnosticado com covid-19 na quinta-feira passada, 48 horas depois do primeiro debate com Biden em Cleveland. Apesar da distância de mais de dez metros entre os dois durante o debate televisivo, a situação obrigou o democrata a fazer uma série de testes antes de retomar a campanha eleitoral.

Já Trump, de 74 anos, que chegou a ser internado por três dias, deixou o hospital na segunda-feira, antes de estar curado. Os médicos evitaram dar detalhes sobre o seu estado de saúde.

De volta à Casa Branca, Trump vem protagonizando controvérsias. Na terça-feira, o Facebook e o Twitter apagaram publicações dele que minimizavam os perigos da covid-19. Um dia depois de receber alta do hospital onde foi internado, Trump usou as duas redes sociais para apontar de maneira enganosa que o coronavírus é menos letal do que a gripe comum.

Depois de deixar o hospital, Trump também tirou a máscara assim que chegou à Casa Branca e prometeu voltar rapidamente à campanha para as eleições de 3 de novembro. Pouco antes, ele voltou a minimizar a pandemia ao afirmar que os americanos não deveriam temer o vírus, apesar das centenas de milhares de mortes causadas pela covid-19 no país.

Desde o início da pandemia, Trump vem menosprezando a doença. Ele, inclusive, chegou a afirmar várias vezes que o vírus iria desaparecer. O presidente ignorou em diversas ocasiões os alertas das autoridades de saúde e vinha realizando eventos de campanha.

Os Estados Unidos são o país que somam os maiores números absolutos de casos e mortes por covid-19 no mundo. Já são mais de 7,5 milhões de infectados e 212 mil mortos.

CN/lusa/rtr/ap

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