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Trump vai tornar públicos arquivos sobre morte de JFK

21 de outubro de 2017

Presidente americano anuncia intenção de tirar selo de confidencial dos cerca de 3 mil documentos relacionados ao assassinato de seu antecessor. CIA pressiona para que nem tudo seja divulgado.

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JFK no carro momento antes de ser assassinado em Dallas
JFK no carro momento antes de ser assassinado em Dallas Foto: picture-alliance/dpa

O presidente americano, Donald Trump, anunciou neste sábado (21/10) que vai tornar públicos os arquivos secretos sobre o assassinato de John F. Kennedy, morto a tiros em Dallas, Texas, em 22 de novembro de 1963.

Ao todo, são mais de 3 mil documentos ainda pendentes de publicação, em sua maioria da CIA, FBI e Departamento de Justiça. Uma lei de 1992 diz que eles têm que ser publicados até a próxima quinta-feira, a não ser que Trump decida o contrário.

"Dependendo do recebimento de mais informação, permitirei, como presidente, que sejam abertos os arquivos-JFK que durante muito tempo permaneceram bloqueados e confidenciais", escreveu o presidente no Twitter.

Segundo informou a Casa Branca à revista Politico, o governo está trabalhando para assegurar a publicação da maior quantidade de documentos possível, mas há a preocupação de que, como alguns papéis são da década de 1990, possam ter informações que ponham em risco a segurança nacional.

A pressão é feita sobretudo por parte da CIA, a agência inteligência americana, que argumenta que alguns espiões mencionados nos arquivos continuam vivos.

A divulgação destes documentos é possibilitada graças à lei JFK Records, aprovada em 1992 devido ao grande interesse pelo caso após a estreia do filme JFK: a pergunta que não quer calar (1991), no qual o cineasta Oliver Stone dava outra visão sobre o assassinato.

Cena do filme de Stone, de 1991: prato cheio para teorias da conspiração sobre o assassinato
Cena do filme de Stone, de 1991: prato cheio para teorias da conspiração sobre o assassinatoFoto: Imago/Entertainment Pictures

No longa, Stone delineou uma hipótese defendida pelos investigadores Jim Garrison e Jim Marrs que alimentava as velhas teorias conspiratórias. A tese descartava o relatório oficial da famosa Comissão Warren, que apontou um só homem como responsável: Lee Harvey Oswald.

O escritor Gerald Posner, que em 1993 foi finalista do Pulitzer de História com o livro Case closed (caso encerrado, em tradução livre), disse à CNN que os documentos com potencial mais revelador são os relacionados à viagem de Oswald ao México sete semanas antes do assassinato.

Posner considera que as conclusões da chamada Comissão Warren são corretas e que não houve nenhuma conspiração.

Após a tragédia, com o país ainda perturbado, foi criada uma comissão de investigação liderada pelo então presidente do Supremo Tribunal, Earl Warren, que determinou, não sem controvérsias, que Oswald cometera o crime por conta própria e sem ajuda.

Caso não autorize a divulgação dos documentos, como é a sua prerrogativa como presidente, Trump pode ordenar que eles não sejam revelados durante outros 25 anos.

Barack Obama, enquanto estava no poder, decidiu adiar a divulgação dos documentos da CIA relacionados a outro polêmico caso da época, a invasão da Baía dos Porcos, o que impossibilita esclarecer, por exemplo, o compromisso de Kennedy de ajudar os exilados cubanos que em 1961 tentaram derrubar Fidel Castro.

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