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Alerta antecipado

2 de outubro de 2009

Não se pode evitar um tsunami. No entanto, as consequências para a população podem ser consideravelmente minimizadas através de sistemas de alerta antecipado. Como eles funcionam e o que deu errado nas ilhas Samoa?

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Engenheiro alemão no centro de alerta antecipado de Jacarta, na IndonésiaFoto: picture-alliance/dpa

Toda nação é responsável pela sua costa e deve decidir como se protege contra tsunamis. "Cada país tem uma solução. A Nova Zelândia tem uma, a Austrália também. Países como as Ilhas Fiji certamente não possuem um sistema próprio, mas têm ao menos a possibilidade de transmitir alertas", explica Winfried Hanka, sismólogo do Centro de Pesquisa Geológica (GFZ) de Potsdam.

Em 1965, alguns países da região do Pacífico se uniram para enviar as informações obtidas através de seus sistemas de alerta ao Pacific Tsunami Warning Center, situado no Havaí. Este, por sua vez, faz suas próprias medições sísmicas e avalia os dados 24 horas por dia.

"Quando há um sismo em algum ponto definido do oceano, ultrapassando uma certa magnitude, é dado um alerta geral sobre a possibilidade de ocorrência de um tsunami", conta Hanka.

Tais alertas enviados a todo o Pacífico chegam aos países integrados ao sistema, que devem então decidir se informam ou não a população – e principalmente como o fazem: se por rádio e televisão, com sirenes de alarme, por e-mail ou por mensagem de texto pelo celular – como recentemente em Samoa, por exemplo.

Jacarta aposta em alertas mais precisos

Além do centro no Havaí, existe um outro grande centro de alarme antecipado em Jacarta, capital da Indonésia, cuja construção foi iniciada após os tsunamis que abalaram o Oceano Índico em dezembro de 2004, com participação alemã e know-how do Centro de Pesquisa Geológica (GFZ) de Potsdam.

"Nossa estratégia é tentar alertar o mais precisamente possível. Não se trata de um alerta geral, como é de praxe no Pacífico. Não se trata de dizer que 'existe a possibilidade de...' e deixar todo o resto em aberto, mas quase de prever em qual costa uma onda de que dimensão é esperada e quais cidades ou regiões devem ser evacuadas. Este é o objetivo do nosso sistema, que se baseia em simulações pré-calculadas", explica Hanka.

Para que a meta seja alcançada, os pesquisadores instalaram no Oceano Índico outros sistemas, além de sismógrafos, como, por exemplo, marégrafos e boias que medem as ondas no mar aberto. Todas essas informações são então coletadas e interpretadas no centro em Jacarta.

Ocorrência de vítimas não pode ser completamente excluída

A esses dois centros no Havaí e em Jacarta, somam-se as avançadas tecnologias japonesas de detecção antecipada de tsunamis. Antes mesmo que houvesse um sistema de alerta no Oceano Índico, os japoneses já advertiam os vizinhos com seu sistema nacional.

"O Japão possui um grande aparato, com milhares de estações de medição sismográfica e do nível do mar. Mas com certeza também lá existem vítimas, isso não se pode evitar completamente", adverte Hanka.

De fato, nem o melhor sistema de alerta do mundo pode excluir completamente a ocorrência de vítimas. No caso do tsunami que abalou recentemente as ilhas Samoa, por exemplo, a onda já havia atingido a costa 15 minutos depois. "Em casos como este, qualquer sistema de alerta antecipado estaria completamente sobrecarregado."

Na opinião de Hanka, a infraestrutura de alerta nas ilhas Samoa poderia ser aperfeiçoada, embora se trate de uma decisão financeira, que cada país deva tomar por si próprio. Entretanto, nem assim teria sido possível impedir a catástrofe.

"Mesmo que se soubesse já nos primeiros minutos, o que é impossível, em 15 minutos teria sido muito difícil. Assim é a Física, a Terra é assim. Há muito o que se pode fazer, mas, para determinados trechos da costa, nenhum alerta será seguro."

Autora: Marlis Schaum (rr)
Revisão: Augusto Valente