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Twitter fecha escritórios após êxodo de funcionários

18 de novembro de 2022

Ultimato de Elon Musk, que exigiu jornadas de trabalho mais longas dos empregados, gera demissões em massa e alimenta temores de apagão da plataforma antes da abertura da Copa do Mundo.

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Tela mostra símbolo do Twitter na página inicial da plataforma, com defeito gráficos
Direção do Twitter enviou email aos funcionários anunciando fechamento e informando que acesso às instalações estava suspenso.Foto: Gregory Bull/AP Photo/picture alliance

A rede social Twitter teve um novo êxodo de engenheiros e outros funcionários nesta sexta-feira (18/11) após o novo proprietário da empresa, o bilionário Elon Musk, enviar um email com um ultimato, exigindo que eles se comprometessem a "trabalhar duro" ou deixassem a empresa.

As saídas em massa levaram a empresa a fechar seus escritórios no próximo fim de semana. Após o vencimento do prazo, na noite desta quinta-feira, a direção do Twitter enviou um email não assinado aos funcionários anunciando o fechamento e informando que o acesso às instalações através dos crachás estava suspenso até a segunda-feira (21/11), sem, no entanto, explicar os motivos da decisão.

Zoe Schiffer, editora do portal de notícias Plataformer, que analisa a intersecção entre tecnologia e democracia, informou a direção do Twitter optou pelo fechamento "porque Elon Musk e sua equipe estão aterrorizados de que funcionários possam sabotar a empresa".

"Trabalho duro"

A agência de notícias Reuters informou que funcionários da segurança começaram a retirar pessoas da sede do Twitter em São Francisco na noite de quinta-feira, ao mesmo tempo em que Musk tentava convencer alguns de seus principais empregados essenciais a permanecer durante o turbulento período de transição na chefia da empresa.

Alguns funcionários anunciaram em postagens no Twiterque deixariam a empresa em vez de aguardar para saber o que Musk quer dizer com "trabalho duro", apesar de o email de Musk sugerir "longas horas em intensidade alta", e que só os que tiverem "desempenho excepcional" poderão continuar na empresa.

Musk ofereceu uma indenização pela rescisão para quem decidir abandonar a empresa, mas alguns funcionários, em fóruns alternativos de discussão na internet, expressaram dúvidas de que ele honrará a promessa.

Na noite de quinta-feira, a expressão RIP Twitter ("descanse em paz, Twiter") era trending topic nos Estados Unidos ao lado dos nomes das plataformas rivais.

Em resposta, Musk minimizou a perda de funcionários ao afirmar e uma postagem na rede que "as melhores pessoas permanecerão, então não estou supre preocupado".

Possível apagão e problemas técnicos

A perda em massa de funcionários ocorre a poucos dias do início da Copa do Mundo no Catar, um dos eventos mais discutidos nas rede sociais. Isso poderá resultar em uma sobrecarga no sistema do Twitter sem que os funcionários possam administrar o grande volume de tráfego na plataforma.

Entre os demissionários estão engenheiros responsáveis por resolver problemas técnicos e possíveis apagões no serviço, o que aumenta as preocupações quanto a estabilidade da plataforma e sua capacidade de lidar com os contratempos à medida que eles surjam.

O fundador da Tesla assumiu o Twitter a menos de três semanas, demitindo funcionários e nomeando a si próprio como CEO. Novas demissões no alto escalão da empresa ocorreram nos dias seguintes.

Desde a troca no comando da rede social, metade dos 7,5 mil funcionários que haviam quando Musk assumiu já não estão mais na empresa. Uma quantidade não conhecida de empregados terceirizados que trabalhavam na moderação de conteúdo também teria sido dispensada, sem que substitutos fossem contratados.

No início da semana, Musk demitiu um pequeno número de engenheiros que não discordaram dele publicamente ou internamente, como no Slack, o sistema interno de comunicação da empresa.

rc (AP, Reuters)