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UE analisará contrato de Barroso com Goldman Sachs

12 de setembro de 2016

Presidente da Comissão Europeia reage a críticas à contratação de seu antecessor por banco americano e determina que, a partir de agora, português seja recebido como lobista em Bruxelas.

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José Manuel Durão Barroso
Barroso presidiu a Comissão Europeia de 2004 a 2014Foto: Fotodatenbank der EU-Kommission

A Comissão Europeia anunciou nesta segunda-feira (12/09) que pediu que seu ex-presidente José Manuel Durão Barroso submeta a Bruxelas o contrato que ele assinou com o banco de investimentos americano Goldman Sachs, após a decisão do político de trabalhar para a instituição gerar furor.

Bruxelas quer verificar se contrato está em conformidade com a exigência de que membros da Comissão se comportem com "integridade e discrição" após deixar o cargo, segundo o porta-voz da Comissão, Alexander Winterstein.

Barroso, que presidiu a Comissão Europeia de 2004 a 2014, foi contratado pelo Goldman Sachs como consultor e presidente não executivo de uma subsidiária baseada em Londres.

O atual presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, reagiu às críticas contra a nomeação de seu antecessor para o Goldman Sachs afirmando que Barroso não será mais recebido em Bruxelas como ex-presidente da Comissão Europeia, mas como lobista.

A afirmação de Juncker foi feita através de uma carta, divulgada na noite de domingo, que Juncker enviou à defensora pública europeia, Emily O'Reilly. Ela escreveu a Juncker pedindo que ele esclarecesse a posição do Executivo comunitário diante da nomeação do seu antecessor e interrogando a Comissão sobre que medidas tomou para verificar se a nomeação está em conformidade com as obrigações éticas estipuladas.

Assessoria pós-Brexit

O banco de investimento Goldman Sachs comunicou em julho que iria contratar Barroso, que também foi primeiro-ministro de Portugal. Segundo a instituição financeira, Barroso deverá assessorar o banco sobre as consequências da saída do Reino Unido da UE. A medida provocou controvérsia devido a possíveis conflitos de interesse.

Na sua qualidade de ex-presidente da Comissão Europeia, assim como ex-primeiro-ministro de um Estado-membro, Durão Barroso teria o direito a um "tratamento VIP" pelos líderes e instituições europeias em Bruxelas.

A partir de agora, em quaisquer contatos futuros, será recebido como uma "representante de interesses" e qualquer comissário europeu ou funcionário da União Europeia que mantiver contatos com Durão Barroso será obrigado a registrar esses contatos e a manter notas sobre eles, determinou Juncker.

O'Reilly quis, ainda, saber se Juncker pediu ou tenciona pedir um parecer ao Comitê de Ética 'ad hoc' da Comissão Europeia, e se esta tenciona rever o código de conduta dos comissários.

MD/dpa/lusa/afp