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UE aumenta pressão sobre Israel

3 de abril de 2002

Primeiro-ministro da França, Lionel Jospin, sugere envio de tropa internacional ao Oriente Médio. Comissão Européia propõe uma conferência internacional para resolver o conflito.

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Tanques israelenses controlam a cidade palestina de RamalaFoto: AP

Aumenta a pressão internacional contra a intervenção militar israelense nos territórios palestinos e o cerco a Yassir Arafat. A comissária de direitos humanos das Nações Unidas, A Espanha, que atualmente exerce a presidência da UE, exige um cessar-fogo imediato, a retirada das tropas de Israel da Cisjordânia e a libertação de Arafat. Além disso, a UE insiste no livre acesso de diplomatas estrangeiros ao presidente palestino, isolado por tropas israelenses em Ramala, desde a última sexta-feira.

O primeiro-ministro espanhol, Jose Maria Aznar, e o chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, manifestaram sua "profunda preocupação com o aumento da violência" no conflito israelense-palestinos. Segundo o porta-voz da chancelaria alemã, Uwe-Karsten Heye, os dois chefes de governo mantiveram contato telefônico, nesta quarta-feira, e pediram um cessar-fogo imediato.

O ministro alemão das Relações Exteriores, Joschka Fischer, disse que os europeus, norte-americanos e russos devem pressionar Israel a cumprir a resolução aprovada pela ONU, no sábado passado.

O primeiro-ministro francês, Lionel Jospin, sugeriu o envio de tropas internacionais ao Oriente Médio, para garantir o cumprimento da resolução da ONU e aumentar a segurança de palestinos e israelenses. Já o presidente da França, Jacques Chirac, propôs a viagem de uma delegação liderada pelo primeiro-ministro espanhol, Jose Maria Aznar, e o coordenador da política externa e de segurança, Javier Solana, ao Oriente Médio, para tentar falar com Sharon e Arafat.

Mesa redonda – Apesar da escalada da violência no Oriente Médio, a UE quer manter o acordo de livre comércio assinado com Israel em 2000. "Esse é um instrumento de diálogo. Não queremos usá-lo como mecanismo de pressão e chantagem", disse o presidente da Comissão Européia, Romano Prodi. A UE é o principal parceiro comercial de Israel.

Prodi defendeu também a realização de uma conferência internacional com a participação dos Estados Unidos, UE, ONU, estados árabes moderados, Rússia, Israel e representantes palestinos. "Os esforços de negociação empreendidos até agora fracassaram. Mas a Autoridade Nacional Palestina, presidida por Arafat, continua sendo a única interlocutora da UE do lado dos palestinos", disse. Israel rejeitou a proposta de realização da conferência.

Direitos humanos –

Já a comissária dos direitos humanos da ONU, Mary Robinson, quer apurar as denúncias de violação dos direitos humanos pelas duas partes em conflito. Ela sugeriu o envio de observadores internacionais ao Oriente Médio para impedir crimes contra a humanidade e "proteger a população civil de Israel contra ataques suicidas e outros atentados".

A Cruz Vermelha Internacional e a Meia Lua Vermelha exigem o acesso aos feridos nos combates. As organizações sediadas em Genebra criticaram as tentativas de Israel de impedir o trabalho dos médicos nas frentes de combate. A Federação Internacional de Jornalistas (FIJ), em Bruxelas, denunciou que as autoridades israelenses estão tentando expulsar os correspondentes estrangeiros das cidades palestinas ocupadas.

Apesar dos protestos e apelos internacionais, o exército israelense ampliou sua ofensiva na Cisjordânia e mantém o cerco a Arafat. Quase todas as cidades palestinas já estão sob controle de Israel.