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Palestina

14 de junho de 2007

Com a escalada do conflito entre Hamas e Fatah, a ONU avalia o envio de tropas internacionais de paz. UE diz estar disposta a enviar soldados, mas violência leva à suspensão de programas de ajuda humanitária.

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Militantes do Hamas tomaram quartel-general da Segurança PreventivaFoto: AP

Diante da escalada do conflito entre membros do grupo radical islâmico Hamas e do rival Fatah, a União Européia suspendeu os 16 projetos humanitários que desenvolve na Faixa de Gaza devido à falta de segurança na região. A medida foi anunciada nesta quarta-feira (14/06) pelo comissário europeu de Desenvolvimento e Ajuda Humanitária, Louis Michel, dias após o início do conflito armado que já matou cerca de 80 pessoas.

Preocupado com a "crescente tragédia humanitária em Gaza", Michel fez um apelo aos grupos rivais para que baixem as armas e respeitem convenções internacionais. "Os palestinos já sofreram demais. Os grupos rivais devem respeitar os princípios da lei humanitária internacional e fazer o possível para facilitar o acesso seguro das organizações de ajuda à população civil", disse.

Merkel reforça apoio a Abbas

Na quarta-feira, membros do Hamas ampliaram sua investida pelo controle da Faixa de Gaza, apesar de alertas de que os ataques poderiam levar a uma guerra civil. À frente da presidência rotativa da União Européia, a chanceler federal alemã Angela Merkel reforçou seu apoio ao presidente da Autoridade Nacional Palestina, Mahmud Abbas.

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Comissária Ferrero-WaldnerFoto: AP

A comissária da UE para Relações Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, salientou à agência EFE a importância de manter a estabilidade do atual governo. "Não é o momento de abandonar a união nacional, tanto no governo, como entre as forças de segurança. E faço uma chamada ao Hamas e ao Fatah para que coloquem toda sua energia para manter a coalizão."

UE disposta a enviar soldados

Segundo seu secretário-geral, Ban Ki-moon, o Conselho de Segurança da ONU avalia agora o envio de tropas de paz à Faixa de Gaza, atendendo a solicitações de Abbas e também do primeiro-ministro israelense Ehud Olmert.

Olmert reivindicou que tropas internacionais de paz fossem instaladas na fronteira de Gaza com o Egito, alegando a existência de inúmeros túneis subterrâneos que seriam utilizados por organizações militantes palestinas para o contrabando de armas. "Se a Faixa de Gaza cair nas mãos do Hamas, isso terá grandes efeitos para toda a região", disse Olmert.

Palästinenser Gaza Bürgerkrieg Präsident Mahmud Abbas in Ramallah
Presidente palestino Mahmud AbbasFoto: AP

A UE anunciou que considera possível sua participação na formação de uma tropa internacional de paz para a região. No entanto, a medida teria de ser aprovada pelas autoridades políticas locais, salientou o chefe da diplomacia da UE, Javier Solana, em Bruxelas.

Organização Islâmica não quer tropas

No entanto, a Organização da Conferência Islâmica, da qual a Autoridade Palestina faz parte, recusou a proposta. De acordo com seu secretário-geral Ekmeleddin Ihsanoglu, os grupos locais deveriam aprender a lidar uns com os outros. Ele cobrou um maior papel de liderança por parte de Abbas.

Alarmada pelo nível da violência, a Liga dos Países Árabes convocou uma reunião para o próximo sábado na capital egípcia, com o objetivo de pôr um fim ao conflito entre os grupos rivais. (rr)