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UE e Reino Unido sancionam russos por ataque a Navalny

15 de outubro de 2020

Sanções europeias atingem seis autoridades russas próximas a Putin e um centro de pesquisa científica estatal. Moscou condena decisão e promete retaliar.

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Navalny, que realizou tratamento em Berlim, foi envenenado com o agente nervoso Novichok
Navalny, que realizou tratamento em Berlim, foi envenenado com o agente nervoso NovichokFoto: Pavel Golovkin/dpa/picture-alliance

A União Europeia e o Reino Unido impuseram nesta quinta-feira (15/10) sanções a funcionários russos de alto escalão próximos ao presidente Vladimir Putin, em reação ao envenenamento do líder opositor russo Alexei Navalny em agosto.

Pressionados pela França e a Alemanha, onde Navalny foi tratado após passar mal em um voo na Sibéria, a UE e o Reino Unido sancionaram seis russos e um centro de pesquisa científica estatal, acusado de utilizar um agente nervoso projetado para usos militares contra o ativista russo de 44 anos.

"Nós, europeus, continuamos comprometidos com a luta contra as armas químicas", afirmou o presidente francês, Emannuel Macron, ao chegar a uma reunião de cúpula da UE em Bruxelas. Ele pediu ainda que o bloco continue realizando "um diálogo transparente, porém exigente" com Moscou.

Heiko Maas, ministro do Exterior da Alemanha, país que detém a presidência rotativa da UE, afirmou que "apenas com uma posição clara e aderindo a princípios é que nós, enquanto União Europeia, podemos progredir no que diz respeito à Rússia".

O Kremlin condenou as sanções, que considerou um passo deliberado e hostil contra Moscou, e prometeu retaliar.

Ao contrário do envenenamento do ex-espião russo Serguei Skripal no Reino Unido em 2018, quando a UE levou quase um ano para punir agentes de inteligência militar, o bloco visou desta vez funcionários que acredita terem planejado e ajudado a realizar o envenenamento.

Apesar da saída do Reino Unido da UE, Londres ainda está coordenando algumas sanções com o bloco, em parte para evitar que os alvos das medidas transfiram seus ativos financeiros, afirmaram diplomatas.

As sanções, que incluem o congelamento de ativos e proibição de viagens na Europa, atingiram Andrei Yarin, chefe da diretoria de diretrizes presidenciais; Serguei Kiriyenko, primeiro vice-chefe de gabinete de Putin; Serguei Menyaylo, enviado de Putin à Sibéria; Alexander Bortnikov, diretor do Serviço Federal de Segurança da Rússia, e dois vice-ministros da Defesa.

Moscou rejeitou as acusações de que Navalny foi envenenado com o agente nervoso Novichok em uma tentativa de assassinato. O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que não há lógica para a decisão e que sanções prejudicaram as relações entre a Rússia e o bloco europeu.

Paris e Berlim dizem que não receberam uma explicação plausível de Moscou depois que a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) confirmou que o oposicionista russo foi vítima de envenenamento por um agente neurotóxico do tipo Novichok. Navalny está se recuperando na Alemanha.

FC/rtr/ap