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UE ganha aval para taxar produtos dos EUA em US$ 4 bi

13 de outubro de 2020

OMC autoriza europeus a retaliar americanos por subsídios à Boeing. Disputa devido ao apoio estatal a gigantes do setor aéreo já se estende por 16 anos.

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OMC considerou subsídios à Boeing desleais
OMC considerou subsídios americanos à Boeing desleaisFoto: picture-alliance/dpa/Maxppp/Leon Tanguy

A União Europeia recebeu permissão nesta terça-feira (13/10) para impôr tarifas no valor de 4 bilhões de dólares a produtos dos Estados Unidos, como retaliação aos subsídios estatais dados à americana Boeing.

A decisão da Organização Mundial do Comércio (OMC) marca mais um capítulo em 16 anos de disputa entre EUA e Europa envolvendo o setor de aviação. No ano passado, a instituição já havia autorizado os americanos a retaliarem em 7,5 bilhões de dólaresos europeus pelos subsídios à Airbus.

UE e EUA acusam-se mutuamente de terem fornecido ajuda estatal ilegal a suas respectivas fabricantes de aeronaves, e ambos apresentaram reclamações perante a OMC.

A OMC determinou nesta terça que o montante de 4 bilhões de dólares é "proporcional em grau e natureza aos efeitos adversos" do apoio americano à Boeing, considerado uma violação das regras do comércio internacional.

Caso siga adiante, espera-se que a União Europeia mire as aeronaves fabricadas nos EUA, além de tratores, batata-doce, amendoim, suco de laranja congelado, tabaco, ketchup e salmão.

No ano passado, Washington impôs tarifas punitivas de 25% sobre produtos da UE, como vinho, queijo e azeite de oliva. A tarifa de 10% sobre os aviões Airbus foi elevada para 15% em março.

Mas embora vários líderes da UE tenham exigido a imposição imediata das tarifas caso Washington não concorde em baixar suas taxas, poucos esperam que a retaliação de fato aconteça. Pelo contrário: uma fonte do setor disse que a decisão da OMC pode "abrir portas para as negociações".

Levando em conta a crise em que a indústria aérea se encontra agora e o efeito que isso está tendo sobre a Airbus e a Boeing, uma longa batalha, em que impostos acabem elevando os preços das aeronaves, não serve aos interesses nem da UE nem dos EUA.

Após a decisão, a UE rapidamente apelou para um acordo negociado.

"Deixei claro que minha forte preferência é por um acordo negociado com os EUA, evitando rodadas prejudiciais de medidas e contramedidas", disse o comissário europeu Valdis Dombrovskis.

A Airbus ecoou esse apelo: "É hora de encontrar uma solução agora para que as tarifas possam ser removidas de ambos os lados do Atlântico", disse o CEO da empresa, Guillaume Faury.

RPR/ap/afp