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UE inicia cúpula de olho no próximo governo alemão

28 de setembro de 2017

Chefes de Estado e de governo da União Europeia devem debater ambiciosos planos de reforma propostos por Macron, mas posição clara do maior país-membro depende de quem estará na próxima coalizão em Berlim.

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Angela Merkel e Emmanuel Macron
Apoio de Merkel é vital para impulsionar reformas propostas por Macron, mas não está claro com quem ela vai governarFoto: Reuters/C. Platiau

Chefes de governo e de Estado da União Europeia (UE) se reúnem na noite desta quinta-feira (28/09) para um jantar informal em Tallinn, na Estônia, na véspera de um encontro de cúpula – o primeiro da chanceler federal alemã, Angela Merkel, após as eleições em seu país, e do presidente francês, Emmanuel Macron, após o seu aguardado discurso sobre planos de reforma para o bloco.

O jantar não tem agenda definida e pode abranger um vasto leque de temas. A maioria dos 28 líderes do bloco estará presente, inclusive a primeira-ministra britânica, Theresa May, embora as negociações sobre o Brexit (saída do Reino Unido da UE) não devam entrar na agenda. Na sexta-feira, a reunião de cúpula deve ser dedicada a questões digitais.

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Nem todos os líderes dos países-membros do bloco estão particularmente interessados em reformas. No entanto, a maioria sabe que algo precisa ser feito depois da crise do euro, da crise dos refugiados e da ascensão dos populistas no continente, mais recentemente na Alemanha, onde o partido de direita Alternativa para Alemanha (AfD) foi o terceiro mais votado no último domingo e estará pela primeira vez representado no Parlamento.

Diante desse cenário, sobretudo Merkel terá que se pronunciar sobre o assunto em Tallinn. Nos últimos dias, ela aceitou as congratulações de parceiros do bloco pelo resultado da eleição alemã – da qual o partido da chanceler federal, a União Democrata Cristã (CDU), saiu vencedora, com 33% dos votos, mas obteve o pior resultado eleitoral desde 1949 –, mas não comentou o futuro do país.

Na cúpula, portanto, Merkel provavelmente terá de falar sobre a ascensão dos populistas de direita e as complexas negociações de coalizão a serem enfrentadas pelos conservadores, possivelmente durante meses, com os verdes e liberais. Merkel também chega a Tallin após perder seu veterano ministro das Finanças, Wolfgang Schäuble, que deve assumir a presidência do Parlamento e servir de arma para lidar com a AfD.

Quanto às reformas propostas por Macron nesta terça-feira – incluindo a criação do cargo de ministro das Finanças, de um orçamento e um Parlamento para a zona do euro –, Merkel já saudou a "paixão europeia" do presidente francês, mas disse ser cedo demais para avaliar suas ideias.

O apoio dela é vital para impulsionar a ambiciosa agenda proposta pelo líder francês, mas a chanceler alemã terá primeiro que formar uma coalizão de governo para só então poder se posicionar com mais clareza sobre as propostas do colega francês. Até lá, a União Europeia estará, também, em compasso de espera, assim como a própria Alemanha.

Ex-ministro da Economia, Macron assumiu a presidência da França em maio deste ano, prometendo fortalecer a zona do euro e aprofundar a integração da UE à medida que o bloco se prepara para a saída do Reino Unido. Na França, ele começou a implementar uma agenda liberal agressiva.

O jantar desta quinta-feira deve durar cerca de três horas e será realizado no Palácio Kadriorg, em Tallinn, antiga residência de verão dos czares russo e que agora abriga um museu. O presidente do governo espanhol, Mariano Rajoy, deve ser o único líder a não comparecer, devido à crise envolvendo um referendo de independência na Catalunha, agendado para o próximo fim de semana.

O Reino Unido não esteve representado nas últimas três cúpulas sobre o futuro do bloco, em Bratislava, Malta e Roma, e participará somente do jantar, mas não do encontro oficial em Tallinn. Na cúpula na capital italiana, em março, os 27 líderes restantes do bloco renovaram seu compromisso com um futuro comum do bloco.

LPF/rtr/afp/dpa/ap