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UE pressiona Alemanha por pedágio em rodovias

28 de abril de 2016

Comissão Europeia pede mais uma vez ao governo alemão que reveja sua intenção de cobrar pedágio de motoristas estrangeiros, argumentando que a medida fere a legislação da UE. Berlim deve deixar a Justiça resolver o caso.

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Foto: picture-alliance/dpa/T. Eisenhuth

A Comissão Europeia aumentou, nesta quinta-feira (28/04), a pressão sobre a Alemanha por causa de um controverso sistema de pedágios para veículos leves e iniciou um processo contra o Reino Unido por causa de uma cobrança semelhante para caminhões.

Nos dois casos, o braço executivo da União Europeia (UE) argumenta que a cobrança discrimina motoristas de outros países-membros e, portanto, não está em conformidade com a legislação europeia.

As duas decisões são suscetíveis de enfrentar reações contrárias dos governos nacionais, com o Reino Unido sendo tradicionalmente sensível em relação às regulamentações vindas de Bruxelas, e mais ainda há menos de dois meses de um referendo sobre a sua permanência na UE.

A Alemanha decidiu, em março de 2015, introduzir um sistema de pedágio que prevê que os valores pagos podem ser deduzidos do imposto sobre veículos para aqueles matriculados no país. A controversa lei entraria em vigor em 2016, mas foi bloqueada pela UE.

"Esta dedução um para um do imposto sobre veículos na prática leva a uma isenção para os veículos registrados na Alemanha", argumentou a Comissão Europeia, acrescentando que isso caracteriza discriminação de condutores de outros países-membros.

A Comissão Europeia alertou o governo em Berlim para o problema em junho e afirmou nesta quinta-feira que suas ressalvas "ainda não foram resolvidas" – ou seja, o governo alemão não fez nada para mudar a situação. Por isso, a Comissão enviou uma nova correspondência a Berlim nesta quinta, pedindo providências.

Caso não haja mudanças nos próximos dois meses, a Comissão pode remeter o caso ao Tribunal de Justiça da União Europeia. O tribunal supremo da UE pode impor multas pesadas a países que não se ativerem às leis do bloco comunitário.

O governo alemão já indicou que vai deixar a questão ser levada ao tribunal e se mostrou seguro de uma decisão a seu favor.

Já a ação contra o Reino Unido se refere a uma taxação sobre caminhões e outros veículos de cargas pesadas. A Comissão expôs o temor de que essa taxa discrimine transportadoras de outros países-membros e pediu "mais explicações". Londres tem dois meses para responder.

Os dois passos foram duramente debatidos dentro da Comissão Europeia, afirmou um funcionário da União Europeia que preferiu manter o anonimato. Uma das argumentações centrais dos eurocéticos britânicos para que o Reino Unido deixe a UE é justamente a intromissão de Bruxelas em questões internas.

PV/afp/dpa/rtr