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UE prevê "recessão de proporções históricas"

6 de maio de 2020

Devido à crise do coronavírus, Europa passa por choque econômico sem precedentes nas últimas décadas, diz Comissão Europeia. PIB da zona do euro deve cair 7,75% este ano, e recuperação só está prevista para 2021.

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Trabalhadores que retomaram a produção no início de maio em Castelnuovo Vomano, na Itália
Trabalhadores que retomaram a produção no início de maio em Castelnuovo Vomano, na ItáliaFoto: picture-alliance/dpa/D. Stinellis

A Comissão Europeia prevê uma "recessão de proporções históricas" devido à crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. A economia da zona do euro deve cair 7,75% este ano, e a da União Europeia (UE) como um todo, 7,4%, segundo previsões macroeconômicas divulgadas pelo órgão nesta quarta-feira (06/05).

Na Alemanha, a queda deverá ser 6,5%. Na França, 8,2%. O PIB da Itália deverá recuar 9,5% este ano, e o da Espanha, 9,4%, estima a Comissão. A Espanha é o segundo país do mundo com mais casos de covid-19, atrás apenas dos EUA, e vem seguido pela Itália. A França aparece em quinto lugar, e a Alemanha em sexto, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins.

A primeira projeção divulgada depois das medidas de isolamento social, ou lockdown, adotadas por vários países europeus prevê ainda que a taxa de desemprego na zona do euro, integrada por 19 países, alcance 9,5% em 2020. Em 2019, ela foi de 7,5%.

Na área dos 27 Estados-membros da UE, o desemprego deverá passar de 6,7% em 2019 para 9% em 2020, devendo retroceder a 7,9% no ano seguinte. Os países particularmente vulneráveis são aqueles com grande número de trabalhadores informais e com forte dependência do turismo.

"A Europa está passando por um choque econômico sem precedentes desde a Grande Depressão. Tanto a profundidade da recessão como a força da recuperação serão irregulares", declarou o comissário europeu de Economia, Paolo Gentiloni.

A Comissão disse que o golpe dado pela pandemia nas economias nacionais é semelhante, mas as quedas no PIB e as recuperações serão diferentes de país a país, pois dependem da evolução da pandemia em cada território bem como da estrutura da economia e da capacidade de resposta.

Depois da forte queda em 2020, a Comissão projeta que o Produto Interno Bruto (PIB) da área de 19 países da moeda comum cresça 6,25% em 2021, e a dos 27 países-membros avance 6,1%.

O braço executivo da UE estima ainda que a dívida pública da Itália, que já é a maior do bloco, chegue a 158,9% do PIB em 2020 e caia para 153,6% no ano seguinte. A taxa atual é de 134,8% e já é a maior desde a Segunda Guerra Mundial.

Em relação às novas dívidas, a Comissão projeta que o deficit público da Itália seja de 11,1% em 2020, bem acima do teto de 3% permitido pelas regras da UE, que, de qualquer forma, foram suspensas durante a pandemia de coronavírus para permitir investimentos e gastos extras dos Estados.

Todos os 19 países do euro vão superar o limite de 3% de endividamento este ano. A média prevista é de 8,5%. A de 2019 foi de 0,6%.

Para a Espanha, a Comissão calcula não apenas que o PIB retroceda 9,4%, mas também que a taxa de desemprego aumente para 18,9% este ano em consequência da pandemia do novo coronavírus e das medidas de confinamento. Já o deficit público subirá para o equivalente a 10,1% do PIB, e a dívida pública, 115,6%.

As projeções partem do pressuposto de que as medidas anticoronavírus sejam relaxadas a partir de maio, ressalvou a Comissão Europeia.

AS/afp/efe/rtr

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