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UE retirará tropas da Bósnia

(av)2 de março de 2007

Doze anos após o fim da guerra na Bósnia-Herzegóvina, a tropa internacional Eufor será reduzida de 6500 para 2500 soldados. Entretanto, as tensões na região continuam.

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Javier Solana (e) e ministro Franz-Josef Jung em WiesbadenFoto: AP

A União Européia tem como dever assegurar a estabilidade nos Bálcãs, após uma década de conflitos étnicos na região. A declaração é do encarregado de política externa do bloco europeu, Javier Solana, após reunião dos ministros da defesa da UE. O encontro transcorreu nesta quinta-feira (01/03), na cidade alemã de Wiesbaden.

"A Bósnia, a Sérvia, o Kosovo pertencem ao nosso continente e sua estabilidade é fundamental para nós. Temos a obrigação de oferecer-lhes uma perspectiva de se aproximar da UE e de, eventualmente, se tornarem seus membros", declarou Solana à imprensa.

Mais segurança na Bósnia

Friedensmissionen Bosnien
Cartaz na Bósnia: 'Paz, chega de guerras'Foto: AP

Durante o encontro, os ministros da Defesa apresentaram uma moção para reduzir em quatro estágios, ainda este ano, a presença da tropa internacional Eufor na Bósnia-Herzegóvina, dos atuais 6500 para 2500 soldados.

A medida seria uma reação à melhor situação de segurança na antiga região de crise, e o anúncio de uma transição. Na prática, continuam as tensões entre os muçulmanos bósnios, croatas e sérvios.

"Como um primeiro passo, queremos retirar cerca de 3500 homens, e primeiro observar o que acontece, antes de ir adiante", declarou nesta sexta-feira o ministro alemão da Defesa Franz-Josef Jung, que presidiu a conferência.

Ele se recusou a citar uma data para a operação. "Temos que ver como a estabilidade se desenvolve na região. Não devemos pôr em perigo aquilo que construímos gradualmente, ao longo dos anos."

Tropas prontas para retornar em caso de emergência

Na quarta-feira, o diretor-geral do Estado-Maior da UE, Jean-Paul Perruche, declarara que a retirada das tropas européias exigiria "entre três e quatro meses". Entretanto, as unidades estariam prontas para retornar prontamente, em caso de conflito.

Desmentindo notícias em contrário, Jung afirmou que a Alemanha não retirará todos os seus soldados da Bósnia. Com 830 homens, o contingente alemão é um dos maiores da Eufor. Destes, cerca de 300 devem voltar para casa, entre maio e junho de 2007.

Por sua vez, o Reino Unido confirmou que retirará todos os seus 600 soldados da Bósnia. A decisão suscitou protestos de que o país estaria sendo forçado a "raspar a panela", com o fim de conseguir pessoal extra para o Afeganistão.

Soldados e polícia onde a paz está ameaçada

Outra razão para cortar o tamanho da Eufor é liberar forças para atuarem em outros locais, como o Kosovo e o Afeganistão, pois a demanda de pessoal para operações de pacificação e segurança é grande.

A planejada missão policial da UE no Afeganistão também foi tema em Wiesbaden. No momento, cerca de 40 agentes alemães são responsáveis pela formação da polícia da capital Cabul. A missão da UE elevaria este número para 200.

Segundo declarações de um diplomata europeu que não quis ser identificado, a União Européia provavelmente mandará 400 pessoas para o Kosovo, a fim de "ajudar a manter a ordem", tão logo o estatuto da província sérvia esteja esclarecido.

Estatuto do Kosovo é controverso

Contudo, a UE precisa de um mandato da ONU para substituir a Missão das Nações Unidas para o Kosovo (Unmik). A resolução do Conselho de Segurança Mundial este sentido ainda pode exigir algum tempo. A tropa de 16 mil homens da Otan continuará a operar no Kosovo.

No meio tempo, continua o impasse entre as autoridades sérvias e kosovares sobre o grau de autonomia a ser concedido àquela província do sul da Sérvia, sob administração das Nações Unidas desde 1999. A Rússia ameaça usar seu direito de veto no Conselho de Segurança para bloquear qualquer tentativa de impor a independência.

No momento, os 27 países-membros da UE "só podem se preparar para, no momento em que for necessário, serem o mais eficientes possível", declarou Solana. Apelando aos albaneses do Kosovo para que cedam, o ministro Jung disse: "Espero e desejo que ambos os lados mostrem disposição a encontrar um consenso".