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Direitos humanos

26 de junho de 2011

Um dos mais respeitados dissidentes da China, Hu Jia foi solto após mais de três anos preso. A chefe da diplomacia da UE, Catherine Ashton, diz ser importante monitorar tratamento dado a ativista a partir de agora.

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Hu Jia estava preso há quase três anos
Hu Jia estava preso há quase três anosFoto: AP

O ativista chinês Hu Jia, de 37 anos, foi libertado da prisão na manhã deste domingo (26/06) e retornou para sua família. Hu havia sido preso em 2008 por "incitar a subversão do poder do Estado". Ele foi preso pouco antes das Olimpíadas de Pequim. Durante anos, ele havia feito campanhas ousadas em favor dos portadores de HIV. Ele também é ativista pelos direitos civis e pelo meio ambiente.

Sua esposa e também ativista, Zeng Jinyan, anunciou em sua página do Twitter: "Hu Jia veio para casa às 2h30 da manha. A salvo e muito feliz. Ele precisa de tempo para se recuperar. Muito obrigada a todos."

A liberação do ativista de direitos humanos aconteceu poucos dias depois de o artista chinês Ai Weiwei também ter sido liberado depois de quase três meses de detenção. Quatro dos associados de Ai Weiwei também puderam voltar para casa neste sábado.

UE ainda preocupada

A chefe da diplomacia da União Europeia, Catherine Ashton, celebrou a libertação de Hu Jia, mas seu porta-voz frisou que o bloco exige que Pequim assegure que a liberdade total seja respeitada. "Agora é importante ficar de olho em como Hu será tratado daqui para frente. Nós esperamos que ele esteja recebendo plenos direitos", disse o porta-voz, Michael Mann.

Hu pode estar enfrentando duras restrições em sua liberdade, da mesma forma que Ai Weiwei e uma série de outros ativistas, que aparentemente receberam a ordem de manter o silêncio. Ai Weiwei recusou-se de forma incomum a fazer qualquer comentário público desde que foi libertado. E a casa de Hu Jia parece estar sob observação.

A libertação dos presos políticos parece fazer parte de uma tentativa de reduzir as críticas durante a visita do premiê chinês Wen Jiabao à Europa, com escalas em Budapeste, Londres e Berlim durante cinco dias.

Nada a declarar

Na semana passada, a ativista Zeng Jinyan escreveu no Twitter que Hu, cuja libertação já era esperada pelo fato de ele ter cumprido sua pena, "não poderia falar com a imprensa".

Zeng havia reclamado que seu marido havia recebido tratamento médico inadequado durante o período na prisão. Ele sofre de cirrose hepática.

Em resposta às suas campanhas, Hu e Zeng sofreram repetidas detenções e períodos de prisão domiciliar que descreveram como ilegais.

A organização Human Rights Watch, com sede em Nova York, pediu na sexta-feira ao governo chinês que não submeta Hu e sua família a "prisão domiciliar ou a qualquer outra privação extrajudicial de liberdade."

Hu recebeu em 2008 o Prêmio Sakharov do Parlamento Europeu para Liberdade do Pensamento.

Ao saudar as recentes libertações como uma boa notícia para a liberdade individual, a Anistia Internacional lembrou em um comunicado que pelo menos outros 130 ativistas, advogados e blogueiros foram detidos, perseguidos, desapareceram ou estão em prisão domiciliar desde fevereiro.

Autora: Joanna Impey (ff)
Revisão: Marcio Damasceno

Hu Jia com sua mulher, Zeng Jinyan
Hu Jia com sua mulher, Zeng JinyanFoto: dapd