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A quinta estação do ano

Marta Barroso13 de novembro de 2007

Quem não sabe, mal acredita. Pelo menos quem vê nos alemães um povo frio. Contrastando com o clima chuvoso de outono e inverno, a quinta estação do ano – o Carnaval – traz à tona a alegria às margens do Reno.

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Sorrisos contagiantes na abertura do Carnaval de ColôniaFoto: Maksim Nelioubin
Garrafas quebradas, pontas de cigarro meio desfeitas entre cabelos soltos de perucas coloridas – é isto que resta nas ruas de Colônia. As mesmas que, durante o ano, se não brilham, pelo menos se mantêm relativamente limpas. Nesta cidade da região do Reno, o Carnaval não passa despercebido. Nem durante os dias em que acontece, nem nos seguintes. É que, depois de secarem, as ruas ficam colantes, pouco convidativas, deixando a impressão de serem mais cinzentas.
Quinta estação do ano

Carnaval é festa de fevereiro. Na região do Reno, no entanto, a abertura oficial é em novembro, como manda a tradição: dia 11 pela manhã, às 11h11min. Durante os três meses que se seguem, várias cidades alemãs se transformam literalmente – não só Colônia, mas também Düsseldorf, a grande concorrente, e outras, como Bonn ou Mainz.

Eröffnung des Karnevals Alte Frau
Os idosos também saem às ruas para festejarFoto: Aline Gehm Koller

O Carnaval é seguido a rigor. Todos participam, todos festejam, todos se fantasiam. E todos se alteram. Tanto que se fala na quinta estação do ano. Do mais novo ao mais velho, a idade perde o sentido. Do nariz de palhaço à fantasia mais elaborada, pelo menos uma leve corzinha é obrigatória.

Nas ruas, o Mozart encontra o Ronaldinho, a pasta de dentes abraça o pacote de batatas fritas, o palhaço beija o cowboy. “Bützje mich!” – Beije-me!

Quem pensa que os alemães são organizados, pontuais, distantes mesmo, engana-se. Qualquer clichê sobre este povo cai por terra, pelo menos a esta altura. O caos é rei, a preguiça, acompanhante, e a emoção domina.

Por todos os lados se vê gente distribuindo “Bützje”, o beijinho sem conotação sexual. O “Bützje” é apenas sinal de alegria e ninguém o leva a mal. Neste momento, o estranho é não participar da festa. Como canta uma música carnavalesca, em Colônia ama-se a vida, o amor, a diversão.

Eröffnung des Karnevals Schon tagsüber häuft sich der Müll auf den Straßen
Muitas pessoas acabam se cortando por causa das garrafas quebradas no chãoFoto: Aline Gehm Koller

E também se ama o álcool. E é precisamente esta a maior crítica em muitas regiões da Alemanha ao Carnaval do Reno. Responsabiliza-se a cerveja pelo bom humor dos foliões.

Mas isso só pode dizer quem não vê o empenho com que são feitas as fantasias, o orgulho por participar da grande festa popular, refletido nos olhos de todos.