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Universitários alemães ajudam escolares a entender a universidade

14 de março de 2012

Na Universidade do Ruhr, em Bochum, estudantes prestam assistência a escolares que se interessam por determinados cursos. Quem frequenta uma graduação se dispõe a ajudar aqueles que ainda não ingressaram na universidade.

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Foto: DW/Sabine Damaschke.

Frente às 20 faculdades do campus, cuja extensão é maior que 49 campos de futebol juntos, Annika se sente um pouco perdida, afinal, orientar-se ali não é nada fácil. A escolar de 17 anos está absolutamente decidida a cursar medicina na Universidade do Ruhr, em Bochum, a partir do próximo ano. "Para isso, pretendo me preparar o melhor possível", diz ela, mirando-se conscientemente no exemplo da estudante Friedrike. "Acho que com a ajuda dela vou conseguir", conclui Annika.

As duas se conheceram há alguns meses através de uma intensa troca de e-mails. Tendo em vista a graduação em medicina, Annika dá hoje seus primeiros passos no campus, ao conhecer a Faculdade de Medicina, a biblioteca e o laboratório. Um encontro no campus faz parte do programa "Mailmentoring Plus", do qual Annika e Friedrike participam.

Desde 2006, estudantes da Universidade do Ruhr prestam assistência durante um semestre a escolares que se interessam pela graduação que frequentam – um programa único em toda a Alemanha, integrado até agora por mais de 160 casos onde universitários ajudam escolares.

Saber quem se esconde por trás dos e-mails

"Considero os encontros pessoais na universidade especialmente importantes", explica Friedrike, uma das monitoras do programa. "É uma bela experiência conhecer as pessoas que se escondem por trás dos e-mails, pois muitas perguntas podem ser mais bem respondidas em conversas pessoais", diz ela. Como por exemplo questões sobre como se orientar na área do campus, como usar a biblioteca, como funciona o trabalho em um laboratório ou onde é mais fácil conhecer outros estudantes.

Mailmentoring
Annika e Friederike na biblioteca da universidadeFoto: Magdalena Zomerfeld

"Os jovens têm hoje uma série de possibilidades de escolha em relação a o que e onde estudar, isso os deixa inseguros", diz Magdalena Zomerfeld, coordenadora do projeto. "Nosso programa de monitoramento através de e-mails dá, de início, uma ideia a respeito do curso pelo qual o estudante se interessa. E também sobre a vida estudantil", explica Zomerfeld.

Um programa que faz sentido não somente devido à oferta cada vez mais ampla de graduações na Alemanha, mas que ajuda também diante das condições de admissão nas universidades, que vêm se tornando menos compreensíveis e mais rígidas. Somente a Universidade do Ruhr oferece 153 graduações diferentes e tem 37 mil estudantes.

Encorajados a estudar

Ou seja, não é nada surpreendente o fato de que principalmente cursos como os de medicina, psicologia e química sejam muito procurados pelos usuários do projeto de monitoramento. "Os jovens querem saber quais critérios eles precisam obedecer para serem admitidos, quais as exigências a serem cumpridas durante os estudos e quais conhecimentos de inglês e matemática são esperados deles", resume Zomerfeld.

Mailmentoring
Visita guiada ao laboratórioFoto: Magdalena Zomerfeld

Depois da participação no projeto, aproximadamente 10% a 15% dos escolares acabam escolhendo outra graduação ou até mesmo desistem de um curso universitário. Mas não importa se pretendem estudar medicina, psicologia, ciências econômicas ou sociais, fato é que a maioria dos jovens sente-se encorajada através do contato pessoal com um estudante. E iniciam seus estudos depois com mais informações a respeito, observa Zomerfeld.

Todas as perguntas são permitidas

O projeto já contou com a participação de estudantes de escolas estrangeiras. Em função da distância, não foi possível organizar encontros pessoais, mas os escolares do Irã ou da América Latina puderam fazer suas perguntas sobre a vida estudantil na Alemanha por e-mail. "No contato pessoal, a vantagem é que se pode perguntar abertamente tudo o que interessa aos jovens", fala Zomerfeld.

Perguntas bobas não existem, encoraja a monitora Friederike, que já prestou assistência a cinco estudantes do ensino médio. Os serviços não contam como créditos em sua graduação, nem trazem qualquer espécie de vantagem do gênero, mas o contato com as escolares é proveitoso e importante, em sua opinião. "Se eu não tivesse tido minha irmã mais velha, que também estuda medicina, teria ficado totalmente desorientada no início dos meus estudos", confessa ela.

Autora: Sabine Damaschke (sv)
Revisão: Carlos Albuquerque