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Varoufakis diz que Grécia vai cooperar com credores

5 de julho de 2015

Com provável vitória do "não" em referendo, ministro das Finanças grego afirma que o país vai buscar um "ponto em comum" com os credores da dívida e que resultado sinaliza um "basta" à austeridade.

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Foto: Reuters/A. Konstantinidis

Com a provável vitória do "não" no referendo sobre as propostas apresentadas pelos credores internacionais, o ministro das Finanças grego, Yanis Varoufakis, afirmou que a Grécia vai aumentar a cooperação com os financiadores da dívida do país. O ministro ressaltou que a votação representa um "grande sim" à democracia na Europa e um "basta" à austeridade.

"Com esse bravo 'não' dado pelo povo grego vamos estender nossa cooperação com nossos pares”, declarou o ministro.

Com 75% das urnas apuradas, estimativas indicam que cerca de 60% dos gregos rejeitaram as medidas de austeridade impostas pelos financiadores da dívida grega em troca da liberação do resgate econômico ao país.

Em entrevista ao diário Tagesspiegel, o ministro da Economia alemão, Sigmar Gabriel, afirmou que, com a provável rejeição das exigências dos credores, será difícil conceber um novo programa de resgate à Grécia.

"Com a rejeição das regras da zona euro, é difícil imaginar negociações sobre um programa no valor de bilhões ", disse. "Tsipras e seu governo estão levando o povo grego a um caminho de abandono amargo e de desesperança ", acrescentou.

Segundo Gabriel, o primeiro-ministro Alexis Tsipras derrubou as "últimas pontes" para um possível acordo entre a Grécia e a Europa.

A líder do partido socialista grego Pasok, Fofi Gennimata, pediu que Tsipras "cumpra os compromissos" e apresente aos credores um "acordo sustentável" nas próximas 48 horas.

Erguendo a bandeira nacional, milhares de pessoas comemoram o resultado parcial do referendo na praça Sintagma, em Atenas. Os mais de 19 mil locais de votação abriram às 7h (horário local) e foram fechados no início da noite.

A chanceler alemã Angela Merkel irá se reunir nesta segunda-feira em Paris com o presidente francês, François Hollande, para discutir o resultado do referendo. De acordo com o Palácio do Eliseu, sede do governo da França, o encontro marca a "cooperação permanente entre França e Alemanha para contribuir com uma solução duradoura para a Grécia."

Credores

O Fundo Monetário Internacional (FMI), o Banco Central Europeu (BCE) e a Comissão Europeia exigiram durante a semana uma série de reformas ao governo grego em troca de ajuda financeira.

De acordo com o documento, Atenas poderia receber 15,5 bilhões de euros em financiamentos da União Europeia e do FMI, em quatro parcelas, até o final de novembro.

Entre as demandas necessárias para Atenas receber o valor estão a redução de pensões, cortes nos salários de funcionários públicos, aumento de impostos sobre alimentos, restaurante e turismo, e a eliminação de isenções fiscais em ilhas turísticas – o que já causou protestos no país, onde o desemprego atinge um quarto da população.

Na última terça-feira, expirou o prazo para Atenas quitar uma dívida de 1,6 bilhão de euros com o FMI. As negociações entre o primeiro-ministro Alexis Tsipras e os credores internacionais se arrastaram por cinco meses sem acordo.

KG/afp/dpa/rtr/lusa