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Vice-presidente do Parlamento Europeu é destituído

7 de fevereiro de 2018

Polônes Ryszard Czarnecki, do partido nacionalista PiS, é afastado do cargo após ter dirigido ofensa de teor nazista a colega da oposição. Ele era um dos 14 vice-presidentes.

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Ryszard Czarnecki
Czarnecki se recusou a pedir desculpas ou a retirar a ofensaFoto: Reuters/V. Kessler

O Parlamento Europeu decidiu, nesta quarta-feira (07/02), destituir o deputado conservador polonês Ryszard Czarnecki do posto de vice-presidente. Membros do órgão legislativo, o principal da União Europeia, pediram o afastamento em janeiro, após o parlamentar dirigir uma ofensa de teor nazista à sua conterrânea e também eurodeputada Roza von Thun.

Czarnecki era um dos 14 vice-presidentes do órgão. Sua destituição do cargo foi decidida por larga maioria, com 447 deputados a favor e 196 contra. Foi a primeira vez que um vice-presidente foi afastado do cargo. Ele mantém o cargo de deputado pelo partido nacionalista polonês Lei e Justiça (PiS).

O parlamentar chamou a deputada Thun de szmalcownik em seu blog, um xingamento usado na Polônia para se referir a pessoas que colaboraram com o nazismo no período da ocupação. A colaboração se dava tanto pela chantagem de judeus que viviam escondidos quanto pela extorsão de poloneses que os ajudassem.

A ofensa ocorreu depois de Thun ter afirmado que a Polônia está se tornando uma ditadura sob o governo do PiS, ao conceder entrevista para a emissora teuto-francesa Arte. Czarnecki se recusou a retirar a ofensa e pedir desculpas.

Representante do partido liberal e pró-europeia, a parlamentar representa um contraponto à política nacionalista do atual governo polonês, que critica "ingerências" de Bruxelas.

Os chefes de quatro bancadas do Parlamento Europeu – cristã e social-democratas, liberal e verde – haviam exigido a saída de Czarnecki. Eles afirmaram que ataques a deputados poloneses que defendem valores europeus estariam se tornando prática comum no Parlamento Europeu, mas que a nova ofensa teria passado dos limites aceitáveis.

A destituição ocorre um dia depois de o presidente da Polônia, Andrzej Duda, ter ratificado uma polêmica lei que criminaliza qualquer indivíduo que atribua ao país ou a seu povo culpa por crimes de guerra cometidos pelos nazistas no território polonês.

RG/afp/ap/dpa/lusa