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Viúva de Nobel da Paz deixa a China rumo à Alemanha

10 de julho de 2018

Poeta Liu Xia, que foi casada com o dissidente Liu Xiaobo, está gravemente doente e receberá tratamento médico em Berlim. Libertação da prisão domiciliar ocorre logo após encontro entre Merkel e premiê chinês.

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Liu Xia
Liu Xia sofre de depressão aguda, que gera problemas cardíacos e desmaios e contra a qual toma fortes medicamentosFoto: Reuters/N. Elias

A escritora e fotógrafa chinesa Liu Xia, viúva do Nobel da Paz Liu Xiaobo, deixou a China rumo à Alemanha após anos de prisão domiciliar sem acusação e quase um ano depois da morte de seu marido, afirmaram nesta terça-feira (10/07) organizações de defesa dos direitos humanos. O Ministério do Exterior da China confirmou a informação.

A poeta, de 57 anos, deixou Pequim num voo para Berlim. Ela deve chegar ainda nesta terça-feira à capital alemã, onde receberá tratamento médico. Liu Xia sofre de depressão aguda, que gera problemas cardíacos e desmaios e contra a qual necessita tomar fortes medicamentos.

Segundo amigos, o irmão mais novo dela, Liu Hui, permanece na capital chinesa como uma espécie de refém do regime comunista, para que a escritora se mantenha calada mesmo no exterior.

As obras proibidas de Liu Xia expostas em Berlim

Não está claro, porém, se a artista tem a intenção de se tornar politicamente ativa, pois ela nunca foi conhecida por sua militância civil. Ela virou alvo da inteligência chinesa por causa de seu casamento com Liu Xiaobo.

A libertação de Liu e sua viagem à Alemanha ocorreram logo depois da visita oficial a Berlim, nesta segunda-feira, do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, durante a qual os detalhes da libertação podem ter sido acertados.

A chanceler federal alemã, Angela Merkel, e Li Keqiang já haviam abordado o caso de Liu Xia na visita de Merkel à China em maio deste ano. Na ocasião, o primeiro-ministro chinês havia se limitado a declarar que o regime comunista protege e respeita os direitos humanos. Merkel reiteradamente intercedeu em favor da poeta.

A pressão da comunidade internacional pela libertação de Liu Xia foi constante, especialmente após a morte de Liu Xiaobo, em 13 de julho do ano passado, quando cumpria pena num centro hospitalar. Ele faleceu em decorrência de um câncer de fígado, que havia sido diagnosticado na fase terminal, após quase nove anos de prisão.

Recentemente, especialistas em direitos humanos da ONU mostraram preocupação com a saúde mental da artista chinesa, que foi vista pela última vez em público há um ano no funeral do marido, acompanhada por autoridades chinesas.

Neste último ano, várias tentativas de amigos, de diplomatas e da imprensa internacional para chegar ao apartamento de Liu Xia foram freadas de forma brusca por um dispositivo de policiais à paisana, presente na porta e nos arredores do edifício.

AS/efe/dpa

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