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Indignados

22 de maio de 2011

Acusado de responsabilidade pela recessão, partido de Zapatero deve sofrer perdas significativas nas eleições regionais e municipais da Espanha. Manifestantes decidem que ficarão mais tempo acampados nas praças.

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Puerta del Sol: manifestantes ficarão mais tempo acampadosFoto: picture-alliance/dpa

Neste domingo (22/05) de eleição na Espanha, o "movimento dos indignados" decidiu dar continuidade aos protestos no país. Apesar da proibição imposta pela Junta Eleitoral Central (JEC), os manifestantes não abandonaram as ruas e movimentaram o dia de votação.

A Puerta Del Sol, ponto turístico emblemático de Madri, deve seguir ocupada pelas barracas por mais uma semana, assim como as outras 150 praças também palco de protestos em todo o país. Indignados com a situação econômica e social da Espanha, os manifestantes querem mudanças.

Ainda assim, a participação nas eleições municipais foi maior do que na realizada anteriormente, em 2007. Segundo informações divulgadas pela JEC na tarde deste domingo, 35,79% dos eleitores haviam votado, 1,6% a mais do que no pleito anterior.

Aproximadamente 35 milhões de eleitores estão aptos a participar da eleição, que vai escolher os governos de 13 das 17 comunidades autônomas espanholas. Os primeiros resultados devem ser divulgados no fim da noite deste domingo.

Efeito dos protestos

Ainda não se sabe o impacto dos protestos populares que começaram em 15 de maio. Pesquisas indicam que os socialistas do PSOE, atual partido do governo, deverão sofrer perdas significativas nestas eleições regionais.

Os políticos do grupo do primeiro-ministro, José Luis Rodríguez Zapatero, são acusados pelos manifestantes de serem os culpados pela crise econômica e pelo recorde de desemprego – são quase 5 milhões de espanhóis sem trabalho.

O PSOE pode perder pela primeira vez, em quase 30 anos, o controle de regiões autônomas tradicionais, como a comunidades de Castilha-Mancha e Extremadura, assim como Astúrias e Ilhas Baleares. Estima-se que o conservador Partido Popular vença nas cidades de Barcelona e Sevilha, esta última considerada um dos redutos socialistas na Espanha.

Depois de votar, Zapatero preferiu não cogitar o resultado do pleito e disse estar convencido de que "uma ampla participação é, sem dúvida, o melhor resultado". Ele limitou-se a dizer que os cidadãos expressam o seu voto livremente "e esta é a grandeza da democracia".

Descontentamento

O "movimento dos indignados" não defende nenhum partido, mas se diz contrário à classe política espanhola. Os manifestantes pedem mudanças no modelo político e social do país. O grupo chamado de "Democracia real já" divulgou uma nota dizendo que "nunca pediu a abstenção, nem o voto em branco, nem o voto nulo, nem o voto para nenhum partido em concreto".

"'Democracia real já' promove que a informação chegue até as pessoas, para que decidam por si mesmas para quem querem entregar seu voto segundo sua ideologia, posto que uma plataforma plural também amplia a diversidade do voto", diz o comunicado.

Desde 15 de maio, estima-se que mais de 60 mil espanhóis tenham saído às ruas para protestar. A taxa de desemprego do país chegou a 21,19% no primeiro trimestre do ano, a maior entre os países industrializados. Os jovens são os mais afetados: 44,6% dos espanhóis abaixo de 25 anos estão sem trabalho.

NP/dpa/lusa/afp
Revisão: Carlos Albuquerque