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Xingamentos e gestos obscenos custam caro na Alemanha

Karina Gomes
9 de fevereiro de 2018

Quem chama alguém de idiota ou mostra o dedo do meio não sai impune. Ofensas, principalmente contra agentes públicos, podem render multas de até 4 mil euros.

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Frau schreit (Symbolbild)
Foto: Colourbox

Uma simples palavra pode custar caro na Alemanha. Numa discussão de trânsito, chamar alguém de idiota pode resultar numa pesada multa de 1.500 euros. Pequenas trocas de insultos são motivo para fazer queixa na delegacia. Ninguém leva desaforo para casa. São inúmeros os processos por injúria.

A legião de ofendidos não deixa barato. Mostrar a língua para outro motorista rende multa de 150 euros. Ofender policiais com a expressão "Du Mädchen!" (você, menina!) pode custar 200 euros. Cada expressão corresponde a uma multa diferente, mas as penas não são fixas. Xingar alguém de "Alte Sau" (algo como safado ou sacana) pode custar 2 mil euros.

Não apenas xingamentos, mas gestos obscenos também são motivo para queixas policiais. Mostrar o dedo do meio (Stinkfinger) custa ainda mais caro: 4 mil euros. Para quem bate o dedo indicador na cabeça, um gesto para insinuar que a outra pessoa é louca ou não sabe o que está fazendo, a multa é de 750 euros. 

A Justiça é rigorosa com quem fala o que quer ou se expressa espontaneamente com gestos considerados ofensivos. Diante do juiz, não adianta argumentar que, na verdade, estava enxugando o suor da testa quando foi acusado de mostrar o dedo do meio pela pessoa ofendida.

Uma simples discussão pode custar muito caro, mas não é motivo para prisão. A multa é geralmente aplicada para casos em que uma autoridade, como um policial, foi ofendida com uma palavra ou um gesto. Não se atreva a tratar um policial com o informal "du" (você) em vez de "Sie" (o senhor ou a senhora). A multa é de 600 euros.

Para casos entre civis, as chances de um processo são menores. As queixas são frequentemente rejeitadas pelas promotorias.

Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos na área de sustentabilidade e é mestre em Direitos Humanos.

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