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PolíticaRepública Democrática do Congo

Oposição congolesa planeia protestos apesar de proibição

DW (Deutsche Welle) | Reuters
27 de dezembro de 2023

Políticos da oposição prometem avançar com os protestos planeados para hoje contra os resultados das presidenciais na República Democrática do Congo (RDC), apesar da decisão do governo de proibir as manifestações.

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Candidatos da oposição alegam que houve irregularidades na votação da semana passada
Candidatos da oposição alegam que houve irregularidades na votação da semana passadaFoto: Samy Ntumba Shambuyi/dpa/picture alliance

"Vamos protestar porque não podemos aceitar outro golpe de Estado", disse à agência de notícias Reuters Martin Fayulu, um dos principais adversários do Presidente Félix Tshisekedi nas eleições de 20 de dezembro.

Cinco ccandidatos da oposição convocaram uma manifestação conjunta para esta quarta-feira, na capital da RDC, Kinshasa, para protestar contra as alegadas irregularidades eleitorais, apesar de o Governo ter proibido os protestos.

"Nenhum governo do mundo pode aceitar isto, por isso não vamos permitir que aconteça", disse o vice-primeiro-ministro, Peter Kazadi, numa conferência de imprensa na terça-feira (26.12).

Os resultados preliminares parciais indicam que o atual Presidente da RDC, Félix Tshisekedi, está à frente na votação.

O que está em causa nas eleições da RDC?

Porque é que o protesto foi cancelado?

As eleições foram marcadas por caos técnico e logístico, com atrasos na abertura das urnas que obrigaram a prolongar a votação.

Os candidatos que convocaram o protesto criticaram fortemente a votação e, em especial, a decisão da Comissão Eleitoral Nacional Independente (CENI) de prolongar a votação nas assembleias de voto que não abriram no dia previsto para o ato eleitoral e apelaram a uma repetição total da votação.

Num relatório preliminar sobre a votação, o Centro Carter, com sede nos Estados Unidos, que enviou uma missão de observação às urnas, concluiu que "pelo menos 19 mortes, incluindo dois candidatos, foram atribuídas à violência relacionada com as eleições."

A missão concluiu que "as eleições foram competitivas e a participação dos cidadãos demonstrou um forte empenho na democracia", mas "houve uma falta de confiança no processo, bem como lacunas na transparência", especialmente no que diz respeito ao registo dos eleitores.

A Missão de Observação Eleitoral da União Africana (AEOM) afirmou que "as eleições decorreram num ambiente relativamente calmo com desafios logísticos significativos". E exortou as autoridades e os atores políticos a "conter-se e a criar um quadro para um diálogo político aberto e inclusivo, a fim de preservar a coesão nacional e a estabilidade política".