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Legislativas na Gâmbia: A prova dos nove para Barrow

Adrian Kriesch | Vincent Haiges | AP | Lusa | gcs
5 de abril de 2017

Gambianos elegem um novo Parlamento esta quinta-feira. São as primeiras eleições desde a queda do regime de Yahya Jammeh. Mas o ex-Presidente ainda tem muitos apoiantes no país.

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Foto: picture alliance/abaca/X.Olleros

"Lutas como um leão, Yahya Jammeh, queremos-te de volta", cantam apoiantes do ex-Presidente da Gâmbia durante uma ação de campanha da Aliança Patriótica para a Reorientação e a Construção (APRC).

Jammeh foi derrotado nas eleições presidenciais de dezembro passado, mas, ao longo de várias semanas, recusou sair do poder. A Gâmbia mergulhou numa crise política até o ex-chefe de Estado partir para o exílio na Guiné Equatorial.

A Gâmbia rumo à reconciliação

Adama Barrow, o líder da oposição coligada contra Jammeh, tomou posse como Presidente. Mas, meses depois, muitos suspiram pelo antigo chefe de Estado.

"Yahya Jammeh contribuiu bastante para o desenvolvimento do país. Ele ainda é o líder do APRC", afirma Modou Njie, um dos candidatos do partido de Jammeh às legislativas. "Esteja ele aqui ou não, há pessoas que o representam aqui e vão assegurar que as ambições políticas da juventude gambiana vão perseverar."

Memórias terríveis do passado

Fatoumata Jawara espera, no entanto, que isso não aconteça. No ano passado, a ativista política foi torturada e espancada por protestar contra o regime de Jammeh. Agora, candidata-se pelo partido do novo Presidente, o Partido Democrático Unido (UDP).

"Para mim, esse regime corrupto nem deveria ter um assento sequer no Parlamento pela forma como trataram o povo gambiano. Eles nem deviam ser autorizados a permanecer na Gâmbia. As pessoas foram assediadas, espancadas, mortas, torturadas. E eles querem trazer isso de volta. Ninguém gosta disso", afirma.

Ao todo, 239 candidatos de nove partidos disputam 53 lugares no Parlamento da Gâmbia. E, contra a vontade de Fatoumata, prevê-se que o partido de Jammeh conquiste vários assentos.

Gambia Ankunft des Ex-Präsident Yahya Jammeh am Flughafen
Ex-chefe de Estado Yahya Jammeh saiu da Gâmbia para o exílio a 21 de janeiroFoto: Reuters/T. Gouegnon

Oposição que apoiou Barrow divide-se?

Agora que Yahya Jammeh já não está no país, a coligação de partidos que apoiou o novo Presidente Adama Barrow nas presidenciais também apresenta sinais de fissuras. Mas se Barrow não conseguir uma maioria que o apoie no Parlamento, poderá ter dificuldades em cumprir com o que prometeu nas presidenciais: mais liberdades para os cidadãos gambianos e a inversão de muitas das políticas de Jammeh.

Vários observadores esperam uma participação eleitoral alta nas legislativas desta quinta-feira.

Legislativas na Gâmbia: A prova dos nove para Barrow

"O Presidente Jammeh era um ditador. Agora, precisamos urgentemente de deputados para mudar as leis que não são boas", diz um comerciante da localidade de Serekunda, Pa Keita. Não é o único a pensar assim. Muitas pessoas sentem que, pela primeira vez em décadas, o seu voto pode realmente conduzir a mudanças.

Para estas eleições o Governo gambiano convidou, pela primeira vez, observadores eleitorais da União Europeia. Segundo Thomas Boserup, um dos responsáveis da missão, "as campanhas eleitorais têm sido pacíficas e ordeiras".

Boserup remeteu, porém, uma avaliação detalhada para depois do escrutínio.

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