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ConflitosEstados Unidos

O que se sabe sobre os objetos voadores na América do Norte

Stephanie Höppner | com agências
14 de fevereiro de 2023

Vários objetos voadores invulgares foram avistados e abatidos na América do Norte nos últimos dias. De que se trata? Perguntas e respostas sobre um fenómeno misterioso.

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Foto: Chad Fish/AP/picture alliance

O abate de um alegado balão espião da China dominou as manchetes em todo o mundo no início de fevereiro. Agora, vários objetos voadores misteriosos foram novamente avistados sobre a América do Norte e eliminados pela Força Aérea dos Estados Unidos da América. Ainda não está claro de onde vêm nem para que servem.

Quais são os incidentes conhecidos?

O incidente mais recente ocorreu no domingo (12.02). O Departamento de Defesa dos EUA confirmou o abate de um objeto não identificado - desta vez sobre o Lago Huron, na zona fronteiriça entre os EUA e o Canadá. Tinha uma estrutura octogonal e cordas penduradas, segundo as autoridades norte-americanas, e viajava a uma altitude de seis quilómetros sobre o estado do Michigan. Foi classificado como uma ameaça ao tráfego aéreo civil, de acordo com o Departamento de Defesa.

Já na sexta-feira, os militares norte-americanos tinham abatido um objeto voador não identificado sobre o estado do Alasca. Era muito mais pequeno do que o alegado balão espião da China e não tinha propulsão ou sistema de controlo próprio. No sábado, outro objeto tinha sido destruído numa operação conjunta por aviões de combate canadianos e norte-americanos sobre o Território Yukon do Canadá. Segundo as autoridades canadianas, tinha a forma de um cilindro e era do tamanho de um automóvel pequeno.

Foi o terceiro Objeto Voador Não Identificado (OVNI) abatido em três dias – e o quarto em oito dias, desde que o suposto balão espião chinês foi abatido, a 4 de fevereiro.

Lake Huron Satellitenaufnahme
Imagem de satélite do Lago HuronFoto: NASA Earth/Zuna/picture alliance

Os objetos voadores vêm da China?

No domingo, o Pentágono disse que ainda não era claro o que eram exatamente os três objetos. Glen VanHerck, general da Força Aérea dos EUA ,que supervisiona o espaço aéreo norte-americano, descreveu "objetos muito, muito pequenos", sem apontar a forma ou tamanho exatos, que viajavam muito lentamente, aproximadamente à velocidade do vento. Até agora, não se sabe exatamente o que foi abatido no céu em cada um dos casos, de que país vieram os objetos ou que propósito serviam. Os destroços deverão dar algumas pistas.

O que se sabe sobre o balão chinês?

O balão chinês abatido no espaço aéreo norte-americano a 4 de fevereiro, que se suspeita que estaria a espiar instalações militares norte-americanas, foi o objeto que chamou mais atenção. Tinha cerca de 60 metros de altura e estava cheio de hélio. Segundo um especialista norte-americano, o balão, do tamanho de três camionetas, continha mecanismos valiosos de espionagem, provavelmente controlados por inteligência artificial. O controlo por ajuste de altitude, sem um sistema de propulsão próprio, incluía também uma ligação radiofónica à base.

A China rejeita quaisquer acusações de espionagem e continua a falar de um balão meteorológico à deriva. Tratar-se-ia de uma "aeronave civil" que entrou inadvertidamente no espaço aéreo norte-americano por "força maior".

USA | Abgeschossener Chinesischer Überwachungsballon wird durch US Marine geborgen
Destroços do "balão espião" chinês foram recolhidos ao largo da costa do estado da Carolina do Sul, nos EUAFoto: U.S. Fleet Forces/U.S. Navy photo/REUTERS

Porquê tantos avistamentos agora?

Há provavelmente várias razões. Por um lado, os objetos voadores foram detetados porque, após o abate do alegado balão espião, as definições dos radares foram ajustadas para detetar objetos mais pequenos e mais lentos, explicou a secretária-adjunta do Departamento de Defesa do EUA, Melissa Dalton. Além disso, o espaço aéreo norte-americano à altitude em causa está a ser mais escrutinado, acrescentou.

Por outro lado, segundo Melissa Dalton, aumentou a consciência de uma potencial ameaça de objetos voadores não identificados. Isto poderia "explicar, pelo menos em parte, o aumento do número de objetos detetados na última semana", disse.

Ao mesmo tempo, os alegados avistamentos de OVNIs também terão aumentado, de acordo com um relatório do Governo norte-americano, embora ainda não haja provas de vida extraterrestre.

Para que servem os objetos?

No caso do balão, os EUA estão convencidos de que servia propósitos de espionagem e que a China teria destacado uma "frota" em mais de 40 países. O Departamento de Defesa norte-americano foi mais cauteloso quanto aos outros objetos: Sabe-se que instituições de investigação públicas e privadas também lançaram os seus próprios veículos para a atmosfera a estas altitudes.

USA Abschuss chinesischer Ballon | vor der Küste der Staaten North und South Carolina
Vários curiosos assistiram ao abate do "balão espião" Foto: Allison Joyce/REUTERS

Onde e quando foram avistados outros balões?

Um balão foi também recentemente avistado sobre a América Latina. De acordo com informações divulgadas por agências de notícias, voou desde a Costa Rica, passando pela Colômbia e pela Venezuela. Segundo Pequim, este balão também entrou "inadvertidamente" no espaço aéreo dos três países. Em 2020, objetos semelhantes foram avistados no Japão.

Os EUA também foram "alvo" de balões antes do incidente de fevereiro: Durante a Presidência de Donald Trump, três balões flutuaram sem impedimentos sobre os Estados Unidos, segundo uma reportagem do canal de televisão alemão ZDF.

E a China?

Até a China se diz agora ameaçada e acusa os EUA de terem deixado balões voar a altas atitudes sobre território chinês mais de dez vezes, no ano passado. E isto terá acontecido sem a autorização de Pequim, afirmou o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros, Wang Wenbin, acrescentando que é comum balões norte-americanos voarem a alta altitude sobre outros países. Os EUA também enviam aviões e navios de guerra para recolher informações sobre a China, segundo o porta-voz.

Questionado sobre como reagiria a China aos voos sobre o seu território, o porta-voz do Ministério disse que as respostas seriam responsáveis e profissionais.

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