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ONU vai encerrar bases no leste da RDC

Patrice Chitera | Chrispin Mwakideu | mjp
21 de julho de 2017

Mais de 7 mil tropas das Nações Unidas deverão abandonar o país nos próximos meses. A medida insere-se na nova estratégia da ONU para reduzir o número de capacetes azuis na República Democrática do Congo (RDC).

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Foto: picture-alliance/dpa/M. Kappeler

No leste do país, a "região de Kivu Norte é uma área onde temos um grupo extremamente importante de soldados da ONU. Vamos proceder ao encerramento de algumas bases: duas em Walikale, duas em Masisi e uma em Lubero. Isto, porque temos a obrigação de implementar as instruções do Conselho de Segurança”, explicou Bernard Commins, comandante adjunto das forças da Organização das Nações Unidas (ONU) na República Democrática do Congo (RDC), MONUSCO.

A maior parte dos 16 mil soldados da ONU está no leste do país, palco de conflitos há mais de duas décadas. Na província de Kivu Norte, as tropas das Nações Unidas escoltam os populares nas idas ao mercado e oferecem abrigo àqueles que fogem dos confrontos entre grupos armados e o exército congolês.

21.07 Actualidade: MONUSCO encerra bases na RDC - MP3-Mono

"O encerramento das bases militares é uma decisão importante que não podemos evitar”, acrescentou o comandante adjunto da MONUSCO.

No entanto, há "uma nova estratégia operacional para garantir que a ausência permanente dos soldados da ONU nestas bases não significa um vazio de segurança”, salvaguardou Bernard Commins.

Também Fabienne Pompey, porta-voz da MONUSCO, garantiu que os capacetes azuis vão continuar na região. "Ainda temos bases em Kivu Norte, ainda estamos presentes. Isto é uma mudança no modo de operações. Nesta área onde vão ser encerradas as bases permanentes estará uma missão temporária, com patrulhas mais longas e monitorização com helicópteros. Vamos ser mais rápidos, mais flexíveis, mais móveis”, assegurou Fabienne Pompey.

População teme aumento da violência

Ainda assim, a notícia do encerramento das bases não foi recebida com agrado pela população. Muitas pessoas temem que os grupos armados voltem a controlar as suas aldeias.

Angola Flüchtlingslager nahe Kakanda
Refugiados congoleses fogem da violência na região de Kasai para AngolaFoto: DW/N. Sul d'Angola

"Em princípio, cabe às nossas Forças Armadas e à polícia garantir a segurança do país, mas, uma vez que ainda não fizemos a reforma completa das forças de segurança, ainda precisamos do apoio da comunidade internacional”, entende Munubo Mubi Juvenal, deputado e membro da Comissão Parlamentar de Defesa.

"É verdade que os Estados Unidos pediram às Nações Unidas para reduzir o financiamento da missão de paz em 7%. Mas tendo em conta que a MONUSCO continua a ser a maior missão da ONU no mundo, acho que não deveriam ser encerradas as bases militares nestas áreas”, defendeu Munubo Mubi Juvenal.

Todavia, o comandante da MONUSCO afirma que as Nações Unidas vão abrir novas bases nas províncias e Kasai e Kasai Central, onde o mais recente conflito já forçou milhares de pessoas a abandonar as suas casas. Mais de 30 mil congoleses refugiaram-se em Angola.

Violência mata nacionais e estrangeiros

Em março, dois funcionários da ONU foram mortos na região. Os corpos do norte-americano Michael Sharp e da sueca Zaida Catalan foram encontrados duas semanas depois de os dois especialistas terem sido dados como desaparecidos.

Um relatório da ONU divulgado esta semana deixa em aberto a possibilidade de as forças armadas da RDC ou milícias armadas estarem por trás da morte dos dois funcionários das Nações Unidas.

No documento, a ONU revela ainda que foram encontradas várias valas comuns na província de Kasai.

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