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Sabotagem impede novo edil de Vilankulo de trabalhar

15 de março de 2024

Edil de Vilankulo, sul de Moçambique, diz que encontrou os cofres vazios e não tem como pôr o município a funcionar. Também denuncia a danificação do material informático com dados sobre pagamentos de taxas municipais.

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Mosambik Korruption in Vilankulo
Foto: DW/L. d. Conceicao

O Conselho Municipal da Cidade de Vilankulo é o primeiro a ser governado pela oposição ao nível da região sul de Moçambique. Quinito Vilankulo, eleito pelo partido RENAMO nas autárquicas de 2023, disse que depois da sua tomada de posse em fevereiro, ficou surpreso com a falta de fundos nos cofres da edilidade.

Como consequência, o município não consegue pagar salários e subsídios aos cerca de duzentos e sessenta e nove funcionários, num valor global de quatro milhões e novecentos e cinquenta mil meticais. Quinito Vilankulo lamenta ainda a danificação e roubo dos computadores supostamento protagonizado pelo consulado anterior, da FRELIMO, o partido no poder..

"Muito equipamento informático foi sabotado, como os computadores que tinham a base de dados dos contribuintes do Conselho Municipal, porque toda informação que estava lá foi ela formatada", lamenta. 

Para o pagamento de salário no mês de fevereiro aos funcionários do município, Quinito Vilankulo confirma ter recorrido a terceiros, mesmo sabendo que encontrou uma divida no valor de cinco milhões e quinhentos mil meticais, contraída em 2023, na governação de William Tuzine.

A FRELIMO foi o último a governar Vilankulo
A FRELIMO foi o último a governar VilankuloFoto: Amós Fernando/DW

Mas Vilankulo não cruza os braços: "O que nós estamos a fazer, conforme eu disse, é um esforço para ver o que conseguimos. [Estamos a reunir algumas condições a título de empréstimo para ver se pagamos salários aos nossos funcionários."

Auditoria?

Há défice das viaturas para recolha do lixo, o material informático foi roubado e o que ficou foi formatado, a base de dados que facilitava a recolha das receitas, e os computadores foramlevados pelos vereadores e membros da assembleia municipal.

No entender de Baltazar Fael, jurista e pesquisador da ONG Centro de Integridade Publica (CIP), este comportamento do edil cessante e seus vereadores é um crime que se enquadra no artigo 312 do Código Penal sobre crime de peculato. E o pesquisador recorda que Moçambique tem números preocupantes deste tipo de casos e por isso lidera os rankings mundiais de corrupção.

"O nosso pais a nível internacional não esta muito bem posicionado, alias está mal posicionado naquilo que diz respeito a prática de corrupção, por isso achamos que devem se reforçar [medidas", sugere. 

E o edil de Vilankulo pede uma auditoria urgente: "Se fosse por nossa vontade, eu diria hoje mesmo que poderíamos fazer uma auditoria neste Conselho Municipal para poder trazer tudo a superfície."

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