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China ajuda indústria têxtil alemã a crescer

Danhong Zhang (as)13 de novembro de 2003

A indústria têxtil alemã foi atingida cedo e com força pela concorrência dos produtos baratos da China. Hoje, as associações setoriais dos dois países trabalham juntas.

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Mão-de-obra barata na ChinaFoto: AP

O salto econômico da China é apontado por muitos como o mais importante acontecimento do século 21. Nos últimos dez anos, o país experimentou um crescimento anual acima de 8%. O ingresso da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em meados de 2001, obrigou Pequim a obedecer às normas da instituição.

Somando-se a isso a barata mão-de-obra chinesa, fica fácil de entender por que a maior parte dos investimentos mundiais segue para o país. O outro lado da moeda é que, para muitos países, a China se transformou no mais intragável dos concorrentes, uma situação que atinge principalmente a indústria têxtil, setor em que os orientais são tradicionalmente fortes. Na Alemanha não foi diferente.

Produtos simples: alta concorrência

Para o presidente da Confederação alemã da Indústria Têxtil, Josef Beckmann, os problemas causados pela concorrência estão relacionados com o tipo de produto. “Se ele é muito simples e possui custos de mão-de-obra relativamente elevados, então há tempos ele já não tem mais boas chances de ser produzido na Alemanha”, afirma Beckmann. Muitas fábricas do setor foram fechadas devido ao grande número de importações da China. “Nesse tipo de produto nós sentimos fortemente a concorrência chinesa.”

O processo foi acelerado com o ingresso da China na OMC. O próspero país asiático vem inundando o mercado mundial com artigos têxteis baratíssimos. O rigoroso sistema de quotas para importação da organização, que atingiu principalmente os têxteis chineses, será revogado progressivamente até o final de 2004. Em contrapartida, a China vem diminuindo fortemente suas tarifas de importação, aumentando as chances para as exportações alemãs.

Qualidade com chances

Com isso, as vendas de produtos têxteis made in Germany para a China experimentaram no ano passado um crescimento de 48%. No primeiro semestre de 2003 a taxa de crescimento caiu devido ao enfraquecimento da demanda e à queda do dólar, mas ainda assim foi de 31%.

Segundo Beckmann, entre os têxteis exportados pela Alemanha predominam os tecidos especiais, em grande parte também destinados a fins técnicos. Entre as confecções, as roupas caras e modernas também encontram compradores, já que vem crescendo o percentual de chineses com alto poder aquisitivo.

“Cooperação controlada”

O maior mercado têxtil do mundo, com seus 1,3 milhão de consumidores, não é apenas interessante para as vendas – ele também atrai investimentos internacionais. Há dois anos, a China é para os empresários do setor têxtil o país número um para investimentos. Os artigos produzidos com a barata mão-de-obra local são exportados para a União Européia e para os Estados Unidos ou vendidos diretamente no mercado chinês.

Com a fraca conjuntura da Alemanha e a baixa procura no mercado interno, é previsível que os empresários do setor têxtil alemão se voltem ainda mais fortemente para a China. Neste sentido, a confederação acertou em julho último a cooperação com as duas principais associações chinesas do setor de roupas e tecidos. O objetivo, segundo Beckmann, é a “cooperação controlada”. Também está planejada a abertura de um escritório de contato na metrópole econômica Xangai.