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Estados preparam expulsão de 'estrangeiros perigosos'

gh23 de janeiro de 2005

Presos em Mainz supostos membros da Al Qaeda que planejavam atentados no exterior. Governos estaduais estariam elaborando listas de estrangeiros suspeitos de envolvimento com o terrorismo para expulsá-los do país.

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Supostos membros da Al Qaeda procurados pelos EUAFoto: AP

A prisão de um iraquiano e um palestino, supostamente filiados à organização terrorista Al Qaeda, neste domingo (23/01), em Mainz, pode ser o começo de uma operação destinada a livrar a Alemanha de estrangeiros que, segundo a nova lei de imigração, são considerados perigosos.

Segundo informações divulgadas pela revista Der Spiegel, autoridades federais e estaduais estariam preparando "listas negras", com nomes de suspeitos a serem expulsos do país nos próximos meses. A chamada "operação faxina" abrangeria centenas de estrangeiros e estaria baseada na nova lei de imigração, em vigor desde 1º de janeiro de 2005.

Um porta-voz do ministério do Interior, em Berlim, disse que se trata de um assunto de competência dos governos estaduais. Ele ressaltou, porém, que a nova lei de imigração permite maior rigor nas decisões sobre expatriação.

O ministro do Interior, Otto Schily, saudou os esforços empreendidos pelos Estados para executar a nova lei, que entre outras coisas, permite "expulsar estrangeiros mediante um prognóstico baseado em fatos e como forma de prevenção contra um perigo especial".

Segundo o secretário de Segurança Pública da Baviera, Günther Beckstein (CSU. "esta passagem no texto da lei abre novas possibilidade que nós aproveitaremos de forma conseqüente". Os processos, nestes casos, têm um trâmite diferente da via judicial normal e são encaminhados diretamente (pulando a segunda instância) para um senado especial na Corte Administrativa em Leipzig. Os juízes prevêem a entrada de até dois mil casos desse tipo por ano, informa a Spiegel.

O deputado federal Dieter Wiefelspütz (SPD), perito em assuntos de segurança interna, disse ao jornal Berliner Morgenpost, que espera "a aplicação decidida das novas normas pelos Estados. A nova lei de imigração é um instrumento do estado de direito para melhorar de forma sustentável a situação da segurança na Alemanha", disse.

Supostos membros da Al Qaeda

Numa operação de busca realizada em quatro casas localizadas em Mainz e Bonn, neste domingo (23/01), a polícia prendeu um iraquiano e um palestino supostamente ligados à organização terrorista Al Qaeda. Eles serão apresentados à justiça nesta segunda-feira (24/01).

Segundo o procurador-geral da República, Kay Mehm, o iraquiano Ibrahim Mohamed K., de 29 anos, que vive na Alemanha desde 1997, é acusado de haver recrutado terroristas na no país para executar ataques suicidas em nome da Al Qaeda. A polícia suspeita também que ele tenha tentado providenciar 48 gramas de material nuclear em Luxemburgo, operação que teria fracassado.

Mohamed K. teria se desmatriculado do curso de Medicina em Bonn, há pouco tempo, provavelmente para sair do país e "realizar uma missão", como disse Mehm. Nos últimos meses, ele teria assinado seguros de vida no valor de 832.640 euros. O dinheiro seria destinado à Al Qaeda. "Tinha sido planejado o fingimento de um acidente fatal no Egito, para que o dinheiro dos seguros fosse pago. Daí ele morreria como mártir no Iraque", disse Nehm.

O palestino, de 31 anos, cujo nome não foi revelado, chegou à Alemanha em 1996 e morava em Bonn. Em setembro de 2004, ele também teria se oferecido para cometer um ataque suicida no Iraque.