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ONU: Gaza pode ficar inabitável em 2020

2 de setembro de 2015

Nações Unidas afirmam que conflitos, bloqueios econômicos de Israel, além de questões relacionadas à alta densidade populacional, deterioram as condições de vida no enclave.

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Foto: Reuters

A Faixa de Gaza, devastada por guerras e quase uma década de bloqueios israelenses, pode se tornar inabitável para residentes dentro de apenas cinco anos, afirmou a agência de desenvolvimento das Nações Unidas, nesta terça-feira (01/09).

"As ramificações relacionadas a questões sociais, de saúde e segurança da alta densidade populacional e superlotação são alguns dos fatores que podem tornar Gaza inabitável até 2020", escreveu a Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), em seu relatório anual.

Gaza, um pequeno enclave de apenas 362 quilômetros quadrados espremido entre Israel, Egito e o Mar Mediterrâneo, e que é o lar de aproximadamente 1,8 milhão de palestinos, conta com uma das maiores densidades populacionais do mundo. "Gaza pode se tornar inabitável até 2020 se as tendência econômicas atuais persistirem", seguiu o texto do relatório.

Enquanto a alta densidade não é algo recente, a situação na Faixa de Gaza tem sido agravada por três operações militares israelenses nos últimos seis anos e um bloqueio econômico que perdura por quase uma década.

"O bloqueio devastou a já debilitada infraestrutura de Gaza, quebrou sua base produtiva, sem deixar tempo significante para a reconstrução ou recuperação econômica e empobreceu a população palestina de Gaza", disse o relatório.

Segundo o documento, as condições sócio-econômicas em Gaza estão atualmente "em seu nível mais baixo desde 1967", quando Israel capturou o território do Egito durante a chamada Guerra dos Seis Dias.

A ONU estima que as três recentes operações militares de Israel na área, incluindo a do ano passado, causaram perdas econômicas próximas de três vezes o tamanho do Produto Interno Bruto (PIB) de Gaza.

A guerra de 2014, que matou cerca de 2.200 palestinos e 73 israelenses, destruiu ou danificou severamente mais de 20 mil casas palestinas, 148 escolas, 15 hospitais e 45 centros de cuidados primários de saúde, segundo dados da Unctad. Além disso, cerca de 247 fábricas e 300 centros comerciais foram totalmente ou parcialmente destruídos, e a única central elétrica de Gaza sofreu graves danos.

No ano passado, o desemprego em Gaza atingiu o nível recorde de 44%. Além disso, 72% das famílias enfrentam insegurança alimentar. E, segundo o relatório, o número de refugiados palestinos completamente dependentes de ajuda alimentar da ONU aumentou de 72 mil, em 2000, para 868 mil, em maio.

PV/afp/uctad