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Ricos resolvem enfrentar conflito com cooperação

Estelina Farias

Os sete países mais ricos (G-7) aprovaram uma cooperação mais estreita, para reagirem conjuntamente a uma escalada no conflito do Iraque, independente da posição política de seus governos.

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Presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg, sinaliza redução de jurosFoto: AP

O grupo dos sete países mais ricos do mundo está preparado para reagir de forma adequada, se a conjuntura econômica mundial piorar, segundo a nota conjunta dos ministros das Finanças e presidentes dos Bancos Centrais do G-7, no encerramento do seu encontro na capital francesa, à sombra do conflito do Iraque. Os responsáveis pelas finanças do clube exclusivo anunciaram vontade política de vigiar mais os mercados de divisas e mostraram disposição para estimular a economia mundial.

Incerteza geopolítica

As sete nações mais industrializadas (Estados Unidos, Alemanha, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Canadá) confrontam-se atualmente com uma "crescente incerteza geopolítica", segundo sua nota conjunta. Mas eles mostraram também confiança nas forças de reação de suas economias. O presidente do Banco Central Europeu, Wim Duisenberg, deu claro sinal de uma nova redução das taxas de juros, no caso de uma piora considerável da situação econômica. O Fundo Monetário Internacional (FMI) reduziu seus prognósticos de crescimento na zona do euro, para 2003, de 2,3% para 1,3%.

Para a Alemanha, o FMI teria diminuído o seu prognóstico de 1,75 para 0,7% em 2003. Em setembro do ano passado, a estimativa de aumento do Produto Interno Bruto (PIB) alemão era de 2%. O governo em Berlim havia reduzido, em janeiro, a sua expectativa de crescimento do PIB de 2,5% para 1,5%.

Efeitos negativos no mercado de petróleo

À margem do encontro, o presidente d Banco Central Europeu disse que aumentaram as incertezas econômicas nos últimos tempos e, quando reconhecer indícios de mais debilitação na zona do euro, não vacilará em agir. Duisenberg ponderou, todavia, que as perspectivas reduzidas de crescimento econômico na Eurolândia devem contribuir para uma redução da inflação.

O BCE reduziu as taxas de juros de redesconto na zona do euro, de surpresa, em dezembro de 2002, em meio ponto percentual, para 2,75%. Os Bancos Centrais dos EUA, Grâ-Bretanha e Canadá estão com as taxas de juros básicos no nível mais baixo em quase 40 anos. No Japão as taxas estão perto de zero.

Diferenças com os Estados Unidos

No encontro parisiense ficaram evidentes as diferenças entre os europeus e o novo secretário do Tesouro americano, John Snow. Na qualidade de presidente do Conselho dos Ministros das Finanças da União Européia, o grego Nikos Christodoulakis, advertiu que as taxas de juros só devem ser reduzidas com cautela, a fim de estimular a economia. Ele mostrou ceticismo com o plano do presidente americano George W. Bush para impulsionar o crescimento econômico com redução maciça de juros.

O presidente do BCE também manifestou preocupação com o crescente déficit do orçamento e com o PIB dos Estados Unidos. "A volta da situação de déficit duplo é motivo de preocupação para a Europa e o mundo", disse Duisenberg ao ser indagado sobre o problema. O grego Christodoulakis criticou igualmente o desenvolvimento financeiro nos EUA.