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EducaçãoMoçambique

Erros no livro da 6ª classe: "A comissão vai ajudar"

30 de maio de 2022

O Ministério da Educação de Moçambique pediu desculpa por mais uma polémica sobre livros escolares. Críticos dizem que a qualidade dos manuais "tem sido sacrificada", Governo garante que há uma comissão que vai ajudar.

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Alunos moçambicanos em Inhambane
(Foto de arquivo)Foto: Luciano da Conceição/DW

O Ministério da Educação e Desenvolvimento Humano criou uma comissão para investigar os motivos para os erros no manual da disciplina de Ciências Sociais da 6ª classe, que foram divulgados nas redes sociais.

O manual coloca Moçambique fora da África Austral, afirma incorretamente que esta região tem cinco países e escreve que o Estado do Zimbabué é geograficamente limitado ao norte pelo Mar Vermelho, que, na verdade, se localiza mais a norte de África.

O manual diz ainda que o rio dos Bons Sinais é o mesmo que o rio Inharrime, embora o primeiro se localize na província central da Zambézia e o segundo em Inhambane, no sul. Mais ainda, o manual ilustra o interior do Parlamento angolano para depois legendar que se trata da Assembleia da República de Moçambique.

Por tudo isso, a porta-voz do Ministério da Educação, Gina Guibunda, diz que há uma comissão de inquérito que já está a investigar os erros e "vai ajudar a perceber onde é que terá havido esta falha".

A produção de manuais de ensino passa por vários processos de verificação até à impressão, mas Gina Guibunda disse que não se sabe até aqui de onde veio a falha.

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"Neste momento não é possível dizer se a falha foi dos avaliadores, dos autores, da produção. É lançado um concurso de contratação, de consultoria editorial. É esta editora que contrata os autores, os revisores dos conteúdos, os ilustradores, os maquetizadores - todos aqueles que são necessários para a produção do livro."

Há mais erros

O Ministério da Educação chamou no domingo (29.05) a imprensa não só para explicar a polémica, mas também para pedir desculpas "aos pais, encarregados de educação e aos alunos, principalmente por este embaraço".

Contactados pela DW África, alguns professores, que não quiseram gravar entrevista, dizem que não é a primeira vez que isto acontece e denunciam mais erros – particularmente na disciplina de Matemática. As gralhas costumam ser detetadas durante a aula e os professores orientam os alunos a fazer a devida correção.

Para o jornalista Fernando Lima, estas situações resultam sobretudo da falta de interesse do Governo em investir na qualidade da educação.

"A qualidade tem sido sacrificada. Quando nós não investimos na qualidade, depois os erros vão acontecendo em cadeia", afirmou o jornalista em declarações à STV, parceira da DW África.

Esta é a segunda polémica relacionada com os manuais de ensino no espaço de poucos meses; a primeira estalou em fevereiro e girou em torno da questão da sexualidade. Na altura, o Ministério da Educação mandou retirar os conteúdos polémicos.

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