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Instabilidade em Bissau preocupa comunidade internacional

Lusa
5 de dezembro de 2023

Após a dissolução do Parlamento guineense e episódios de violência que causaram pelo menos dois mortos, União Africana, UE e CPLP apelam à paz e ao respeito pela Constituição do país.

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Umaro Sissoco Embaló, Presidente da Guiné-BissauFoto: Privat

A União Africana (UA) a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e a União Europeia (UE) manifestaram a sua preocupação, esta terça-feira (05.12), perante a dissolução do Parlamento da Guiné-Bissau e o clima de violência no país.

Na noite de quinta-feira e na manhã de sexta-feira, confrontos entre a Guarda Nacional e o exército causaram pelo menos dois mortos na capital, Bissau, tendo sido descritos como uma "tentativa de golpe de Estado" pelo Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que decidiu dissolver o Parlamento.

Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da UA, "condenou veementemente a recente violência na Guiné-Bissau", ao mesmo tempo que "registou com preocupação a dissolução" do Parlamento, de acordo com um comunicado de imprensa divulgado na rede social X (antigo Twitter). 

O presidente da Comissão da UA apelou também ao Governo e às partes interessadas "para darem prioridade ao diálogo".

Sissoco Embaló reage a "golpe"

Umaro Sissoco Embaló decidiu na segunda-feira dissolver o Parlamento, na sequência dos confrontos entre a Guarda Nacional e efetivos do batalhão do Palácio Presidencial, que considerou tratar-se de um golpe de Estado. O Presidente da República tomou a decisão após uma reunião do Conselho de Estado.

Sissoco Embaló considerou "um golpe de Estado" o facto de a Guarda Nacional ter retirado o ministro das Finanças, Suleimane Seidi, e o secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro, das celas da Polícia Judiciária, na noite de quinta-feira, detidos devido a um alegado caso de corrupção.

Na sequência deste ato, geraram-se confrontos armados entre a Guarda Nacional e o batalhão da Presidência, que foi resolvido com a intervenção da Polícia Militar e que resultou na detenção do comandante da Guarda Nacional, Vitor Tchongo.

Imediatamente após o anúncio do Presidente da República, observou-se na cidade de Bissau uma forte presença militar nas ruas, que deixou de ser visível à noite.

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UE apela ao respeito democrático

Também a União Europeia disse hoje estar "preocupada" com a deterioração da situação político-social na Guiné-Bissau, e apelou ao respeito pela Constituição do país e uma resolução pacífica do diferendo, para "consolidar a democracia" guineense.

"A UE está preocupada com os últimos acontecimentos na Guiné-Bissau. Pedimos a todos os intervenientes políticos para resolverem a situação política e administrativa do país de acordo com a Constituição e as leis relevantes do país", disse à Lusa um porta-voz da Comissão Europeia.

A UE quer uma "resolução pacífica e tranquila" do diferendo político-social, imperativa para "assegurar a consolidação da democracia e do Estado de direito na Guiné-Bissau", acrescentou.

A presidência em exercício da CPLP, atualmente de São Tomé e Princípe, apelou igualmente ao "respeito pelos princípios do Estado de direito democrático e da separação de poderes" na Guiné-Bissau.

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