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Na Tanzânia, há "mais telemóveis que sanitários"

31 de maio de 2011

Em África, a assistência médica continua insuficiente. Na conferência "E-Learning Africa", que este ano se realizou na Tanzânia, discutiu-se sobre como as novas tecnologias de informação podem melhorar a situação.

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Muitas vezes, a assistência médica não chega às zonas rurais em África
Muitas vezes, a assistência médica não chega às zonas rurais em ÁfricaFoto: Picture-Alliance/dpa

Sobretudo nas zonas rurais de África, as taxas de mortalidade infantil encontram-se entre as mais altas do mundo, o pessoal médico é insuficiente e as populações não têm acesso a informação sobre como evitar determinadas doenças. Daí que na Conferência „E-Learning Africa“, que terminou na semana passada na Tanzânia, algumas novidades se tenham concentrado nas diferentes possibilidades de acesso a novos conhecimentos no sector da saúde.

Uma delas é o serviço gratuito I-Call: o utente liga para o número do serviço e ouve uma história através do telemóvel. Pode ser uma história sobre como lavar as mãos corretamente, como utilizar uma casa de banho ou sobre outras questões de higiene. A novidade está nas perguntas que vão sendo feitas ao utente sobre como ele agiria – e, assim, ele mesmo decide como a história continua.

Este serviço foi desenvolvido no âmbito de uma cooperação entre a Universidade Muhimbili, da Tanzânia, e auditores europeus. Dennis Mazali é o diretor do Instituto de Higiene da Universidade e lembra-se de que, quando começou a idealizar o serviço interativo para telemóveis, os estudantes lhe disseram algo decisivo: “Na Tanzânia, já há mais telemóveis do que casas de banho”.

Onde as novidades não chegavam

Agora, também as informações sobre saúde deverão chegar através do telemóvel
Agora, também as informações sobre saúde deverão chegar através do telemóvelFoto: picture-alliance/Ton Koene

Também o ministro da educação tanzaniano, Shukuru Kawambwa, admite que o pessoal médico das zonas rurais necessita de uma “formação contínua regular” e que “as tecnologias modernas trazem novidades de todo o mundo”. Desde o início do projeto I-Call, aliás, um objetivo importante foi o alcance da população rural. E tal significava simplicidade das gravações sem recorrer a aplicações que necessitassem de internet ou outros meios não disponíveis em telemóveis mais básicos.

Quase 95% dos tanzanianos vivem no interior do país. E segundo Dennis Mazali, os problemas de assistência médica nas zonas rurais devem-se, em parte “ao facto de muitas pessoas que trabalham na área de saúde não quererem trabalhar nessas localidades.

Por isso, em breve também enfermeiros e parteiras deverão ter acesso a serviços de telemóvel que possam aplicar na sua profissão: aí receberão regularmente novidades das suas áreas nos telefones e estarão menos distantes dos progressos que se observam nas grandes cidades.

Autor: Jan-Philipp Scholz/Marta Barroso
Revisão: Renate Krieger