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Os desafios da nova secretária-geral da RENAMO

13 de dezembro de 2022

O maior partido da oposição moçambicana tem uma nova secretária-geral: Clementina Bomba.

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Foto ilustrativaFoto: Marcelino Mueia/DW

Clementina Bomba, antiga delegada política da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO) na província de Maputo, acaba de ser indicada como secretária-geral do maior partido da oposição. E já tem dois grandes desafios pela frente: as eleições autárquicas em 2023 e as eleições gerais em 2024. 

São desafios bastante importantes, frisou o líder da RENAMO, Ossufo Momade. A nova secretária-geral terá de ser "capaz de implementar exemplarmente as nossas aspirações", disse.

Para Dércio Alfazema, analista do Instituto para a Democracia Multipartidária (IMD, na sigla inglesa), a nova secretária-geral tem o perfil indicado.

"Nas eleições autárquicas passadas [em 2018, Clementina Bomba] teve um desempenho de destaque. A RENAMO quase ganhou o município da Matola e teve um desempenho significativo noutros municípios."

Mosambik Ossufo Momade Führer von RENAMO
Líder da RENAMO, Ossufo MomadeFoto: DW

Além disso, Clementina Bomba, vice-chefe da bancada parlamentar da RENAMO, conhece bem o seu partido: "É uma pessoa das lides políticas, conhece as dinâmicas, tem uma visão nacional", acrescenta Alfazema.

Estratégia para conquistar eleitores do sul?

O diretor de programas do IMD nota, por outro lado, que os anteriores secretários-gerais da RENAMO eram do centro e norte de Moçambique, e Clementina Bomba é do sul.

Alfazema considera que esta pode ser uma estratégia para conquistar o eleitorado no sul do país, que tem sido desfavorável à RENAMO desde as eleições de 1999. "O sul volta a ganhar expressão no partido a partir desta indicação", justifica.

Clementina Bomba é também a primeira mulher a assumir o cargo de secretária-geral da RENAMO. A política substitui André Majibire, que esteve no cargo desde 2019.

União ou desunião na RENAMO?

Clementina Bomba foi eleita durante o Conselho Nacional da RENAMO, na segunda-feira (12.12).

Durante a reunião, o ex-deputado Sandura Ambrósio acusou o líder da RENAMO, Ossufo Momade, de estar a dividir o partido, "perseguindo" e "maltratando" os críticos.

"Com o presidente Dhlakama, isto nunca aconteceu isto", disse.

Uma aliança da oposição contra a FRELIMO em Moçambique?

Momade enalteceu, no entanto, a união dos membros do partido. E salientou que "ninguém deve ficar no muro das lamentações e críticas que destilam veneno" na RENAMO.

O analista Dércio Alfazema dá razão ao líder do partido e lembra que o antigo deputado Sandura Ambrósio foi sempre crítico ao presidente.

Sobre este Conselho Nacional, o analista não tem dúvidas: "A RENAMO saiu mais fortalecida, com os olhos focados nas eleições gerais e autárquicas. Há muito trabalho e muitos desafios pela frente, e é nestes desafios que a RENAMO tem de se unir, para caminharem todos na mesma direção".

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