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RDC: Prazo de candidaturas presidenciais fecha quarta-feira

Zipporah Nyambura | Eunice Wanjiru | vct | AFP
7 de agosto de 2018

Presidente Joseph Kabila ainda não nomeou o candidato do seu partido. Impedido de entrar na República Democrática do Congo, Moïse Katumbi diz que vai tentar tudo para deixar a sua candidatura.

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Moïse Katumbi continua impedido de entrar na RDCFoto: picture-alliance/AP Photo/A. Gosset

A medida do Governo para bloquear a entrada de Moïse Katumbi na República Democrática do Congo (RDC) foi recebida por protestos dos apoiantes de Katumbi. Katumbi tem estado exilado na Bélgica desde 2016 depois de desentendimentos com o Presidente Joseph Kabila e foi ainda acusado de ofensas contra a segurança interna.

Katumbi garante que vai tentar todas as possibilidades e instrumentos legais para entregar a sua candidatura às eleições presidenciais.

"Negaram-me a entrada no primeiro dia. Recusaram no segundo e informaram a minha equipa de que não me deixariam entrar. Apesar de tudo, Kabila esqueceu-se que temos a nossa Constituição, uma grande Constituição, e o acordo de São Silvestre, um grande acordo. Vou lutar. Vou usar a Constituição do Congo. E também vou usar o acordo político de São Silvestre. Vou lutar até que todos participem nesta eleição", disse.

Partido de Kabila ainda sem candidato oficial

O acordo de São Silvestre, datado de 2016, permitia a Joseph Kabila manter-se como Presidente depois de terminar o segundo mandado, em troca da promessa de organização de eleições credíveis. Moïse Katumbi acusa agora Kabila de não dar à população do país a oportunidade de escolherem o seu Presidente.

RDCongo: Prazo para candidaturas presidenciais termina quarta-feira

"Chegou a altura: não precisamos de um homem que oprimiu o povo. Somos 80 milhões de cidadãos congoleses, juntos seremos fortes e juntos vamos mudar o nosso país. A coisa mais importante para nós é a paz”, afirmou Katumbi.

O Presidente Joseph Kabila, que está há 17 anos no poder, ainda não esclareceu se se vai voltar a candidatar. Durante a tarde desta terça-feira, estava previsto Kabila reunir-se com membros do partido para discutirem o candidato às presidenciais.

Entretanto, um antigo ministro do Governo de Joseph Kabila e líder do Partido para a Ação (PA), Tryphon Kin-Kiey Mulumba, apresentou ao fim da tarde desta terça-feira a candidatura ás eleições de 23 de dezembro.

"Acabei de apresentar a minha candidatura à Presidência em nome do meu partido", disse Mulumba à agência France-Presse, à saída da comissão eleitoral da República do Congo (RDCongo), a algumas horas do fim do prazo de entrega de candidaturas.

Alguns órgãos de comunicação social congoleses referem que se trata de uma candidatura independente.

Mulumba foi o último porta-voz do ditador Mobutu e ministro em duas ocasiões no Governo de Kabila. Em 2014, o líder do PA lançou a associação Kabila Désir, para congregar todos os congoleses em torno do Presidente da RDC. "Apelei à maioria para se unir em volta deste projeto. Foi recusado", comentou Mulumba.A corrida à Presidência da RDC contará ainda com Jean-Pierre Bemba, que esteve 10 anos preso em Haia depois de te sido condenado pelo Tribunal Penal Internacional por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.

Belgien Jean-Pierre Bemba Gombo in Brüssel
Jean-Pierre BembaFoto: Reuters/F. Lenoir

Igreja Católica e UE pedem eleições livres

A União Africana já pediu umas eleições uma votação inclusiva na República Democrática do Congo depois de ter sido negada a entrada no país de Moise Katumbi.

Numa declaração, o Presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki, defendeu que dar a todos os congoleses a hipótese de disputar eleições é o único caminho para presidenciais livres e credíveis. Também a Igreja Católica, muito influente no país e a União Europeia já pediram à República Democrática do Congo eleições livres.   

O prazo para entrega de candidaturas a eleições termina esta quarta-feira. Depois de terem sido adiadas por duas vezes, as eleições deverão ocorrer a 23 de dezembro deste ano.