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Moçambique: Três feridos em ataque contra autocarro

Lusa
12 de novembro de 2019

Veículo transportava cerca de 40 pessoas e foi alvejado pouco depois do nascer do sol, na estrada nacional 1 (EN1) em Matenga, distrito da Gorongosa. Barraca da RENAMO foi queimada após ataque.

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Foto de arquivo (2016): Troço da EN1 na GorongosaFoto: DW/A. Sebastião

Um grupo armado atacou esta terça-feira (12.11) um autocarro no centro de Moçambique, ferindo três pessoas, disseram à agência de notícias Lusa testemunhas e autoridades, na sequência da violência armada que desde agosto já matou 10 pessoas na região. Segundo as mesmas fontes, dois dos passageiros ficaram em estado grave e foram transferidos para o Hospital Central da Beira.

Os autores dos disparos usavam máscaras, capacetes e fardas verdes idênticas às do braço armado da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição, indicaram as testemunhas. Depois de dispararem, fugiram para as matas.

As autoridades têm responsabilizado guerrilheiros da RENAMO que permanecem na zona, alguns dissidentes da organização, enquanto que o partido nega o envolvimento e diz continuar fiel ao Acordo de Paz de 6 de agosto.

O autocarro transportava cerca de 40 pessoas que se deslocavam de Maputo para um retiro de uma seita religiosa no norte do país e foi alvejado pouco depois do nascer do sol, na estrada nacional 1 (EN1) em Matenga, distrito da Gorongosa.

O local fica 40 quilómetros a sul da vila da Gorongosa e junto aos pontos onde já ocorreram outros ataques contra viaturas da polícia e outros autocarros. No mesmo lugar foi queimada uma barraca que servia de sede da RENAMO, já depois do ataque ao autocarro, disse fonte militar à Lusa. As forças de defesa e segurança de Moçambique têm duas posições no local, mas não conseguiram evitar o ataque ao autocarro.

Mosambik Proteste in Manica
Em outubro, motoristas bloquearam a EN1 em Manica para exigirem ao Governo segurança na estrada após ataques armados.Foto: DW/A. Sebastiao

Tiros da colina

A cerca de 500 metros há algumas habitações e parte da população fugiu depois de ouvir os disparos, acabando por regressar às casas, horas depois, com o apoio dos militares no local.

O autocarro foi sujeito a perícias na vila da Gorongosa e seguiu viagem, acrescentou fonte das autoridades à Lusa. "Encontrámos dois homens fardados sentados nas pedras no cimo [de uma colina], perto da ponte sobre o rio Púnguè e mais à frente havia outros quatro, na estrada", disse Fernando Emídio, motorista do autocarro. Quando o autocarro os ultrapassava, "começaram a disparar, primeiro os que estavam no cimo, depois os que estavam aí em baixo e ficámos no meio. Os homens tinham uma farda verde, com máscaras pretas e alguns tinham capacetes" de motorizadas, descreveu.

Uma bala partiu a porta do lado do motorista, mas Fernando Emídio preferiu seguir e afastar-se do local. "Eu não parei, continuei com a marcha do carro, as pessoas já estavam a chorar e andei até à Gorongosa", concluiu.

Jeremias Alfandega, médico chefe distrital da vila da Gorongosa, referiu à Lusa que embora um ferido esteja fora de perigo, outros dois inspiram cuidados e por isso foram transferidos.

"Um dos doentes teve uma perfuração ao nível do glúteo esquerdo [nádega], que lhe imobilizou uma parte do corpo, e a segunda pessoa teve uma perfuração a nível da mão esquerda", detalhou.

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