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Ucrânia condena dois soldados russos por crimes de guerra

DW (Deutsche Welle) | tms | com agências
31 de maio de 2022

A Justiça ucraniana condenou dois soldados russos a quase 12 anos de prisão pelo bombardeamento de edifícios civis. Já no campo de batalha, a Rússia assumiu o controlo de boa parte de Severodonetsk, no leste do país.

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A Rússia destruiu muitos edifícios residenciais em cidades ucranianas, embora Moscovo afirme que não visa estruturas civisFoto: Yuliia Ovsiannikova/Ukrinform/abaca/picture alliance

Um tribunal ucraniano condenou, esta terça-feira (31.05), dois soldados russos a 11 anos e meio de prisão por terem bombardeado uma cidade no leste da Ucrânia, no segundo veredito de crimes de guerra desde o início da invasão russa a 24 de fevereiro.

Alexander Bobikin e Alexander Ivanov, que ouviram o veredito numa cabina de vidro reforçada no tribunal distrital de Kotelevska, no centro da Ucrânia, declararam-se ambos culpados na semana passada.

"A culpa de Bobikin e Ivanov foi provada na totalidade", disse o juiz Evhen Bolybok.

Ambos reconheceram fazerem parte de uma unidade de artilharia que disparou contra alvos na região de Kharkiv a partir da região de Belgorod na Rússia. Os bombardeamentos destruíram uma unidade educacional na cidade de Derhachi, mas não causaram vítimas, disseram os promotores ucranianos.

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Os dois soldados foram capturados após atravessarem a fronteira e continuarem os bombardeamentos. Os promotores pediram ao tribunal uma pena de 12 anos de prisão, enquanto a defesa pedia clemência, dizendo que os dois soldados tinham seguido ordens e se tinham arrependido.

Investigação aos crimes de guerra

Após a condenação dos soldados russos, a DW falou com Hugh Williamson, diretor da divisão Europa & Ásia Central da organização não governamental Human Rights Watch, sobre a investigação de suspeitas de crimes de guerra na Ucrânia.

De acordo com Williamson, é difícil estimar quanto tempo levará a investigar esses crimes, mas é importante que as equipas de investigação já tenham iniciado o seu trabalho.

"O Ministério Público ucraniano está ocupado com esta questão. O Tribunal Penal Internacional também enviou peritos para a Ucrânia. É importante que estas equipas estejam bem coordenadas, partilhando recursos, apoiando o gabinete do procurador no trabalho que estão a fazer", disse Williamson.

Mais controlo russo no leste

Enquanto isso, no campo de batalha, as milícias pró-russas de Lugansk anunciaram hoje que controlam um terço de Severodonetsk, depois de o governador regional ucraniano ter admitido que uma parte desta cidade do leste da Ucrânia estava sob controlo russo.

Ukraine - Zerstörung nach russischen Angriffen
Rasto de destruição em Severodonetsk, cidade que está a ser ocupada pelas forças russas no leste ucranianoFoto: Alexander Reka/picture alliance/dpa/TASS

"Já se pode dizer que controlamos um terço da cidade", declarou o líder das milícias de Lugansk, Leonid Pasechnik, à agência russa TASS, segundo a agência de notícias espanhola EFE.

Anteriormente, o governador da região de Lugansk, Sergui Gaidai, tinha reconhecido que as forças russas e as milícias controlavam uma parte da cidade, mas disse que as tropas ucranianas ainda estavam a combatê-las.

"A situação é muito complicada. Uma parte de Severodonetsk está a ser controlada pelos russos", escreveu hoje Gaidai na rede social Telegram.

O líder das milícias pró-russas de Lugansk admitiu que a ofensiva não progride tão rapidamente como pretendia, uma circunstância que atribuiu ao objetivo de preservar ao máximo as infraestruturas da cidade.

As cidades de Severodonetsk e Lysychank estão localizadas a mais de 80 quilómetros a leste de Kramatorsk, que se tornou o centro administrativo ucraniano no Donbass desde que separatistas apoiados por Moscovo tomaram a parte oriental desta região em 2014. 
 

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