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História

75 anos do fim de campo de concentração só celebrados online

11 de abril de 2020

Em 11 de abril de 1945, tropas aliadas libertaram o campo de Buchenwald, nas proximidades da cidade alemã de Weimar. Medidas de isolamento no combate ao coronavírus forçam fundação a adotar homenagem virtual.

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Coroas de flores diante de cerca de arame farpado
Ato discreto marcou jubileu da libertação do campo de concentração vizinho a WeimarFoto: picture-alliance/dpa/M. Gentzel

No lugar de uma cerimônia pública pelos 75 anos da libertação do campo de concentração de Buchenwald, transcorridos neste sábado (11/04), apenas um website relembrará o acontecimento histórico, em respeito à quarentena pela pandemia de covid-19.

Eventos como o ato póstumo com sobreviventes, programado para 5 de abril, no Teatro Nacional Alemão de Weimar, ou a cerimônia no ex-campo de concentração vizinho de Mittelbau-Dora, dois dias mais tarde, foram igualmente cancelados. Mesmo a tradicional deposição de coroas de flores no local foi feita em silêncio, por funcionários do memorial no estado da Turíngia.

A fundação que mantém os sítios memoriais de Buchenwald e Mittelbau-Dora colocou online a Declaração da Turíngia, redigida conjunto com representantes dos mais altos órgãos constitucionais alemães e sobreviventes dos campos, sob o título "75 anos depois – Preservar a responsabilidade histórica – Defender a democracia e os direitos humanos".

Na plataforma encontram-se declarações de sobreviventes e seus descendentes, assim como os textos dos discursos que seriam pronunciados nos eventos nas cidades vizinhas de Weimar e Nordhausen.

O diretor da fundação, Volkhard Knigge, conclamou "todos os seres humanos de boa vontade" a endossarem a declaração com sua assinatura, num sinal contra quem designa o nacional-socialismo como mero "cocô de passarinho" da história, ou exige o fim da cultura da memória. A alusão foi a um comentário feito em 2018 pelo então líder do partido Alternativa para a Alemanha (AfD), Alexander Gauland.

Crematório mantido no sítio memorial do campo de Buchenwald
Crematório mantido no sítio memorial do campo de BuchenwaldFoto: picture-alliance/dpa/Schoening

Numa mensagem de vídeo, o governador da Turíngia, Bodo Ramelow, classificou os crimes nos campos de concentração nazistas como uma expressão de destruição da humanidade. É preciso manter viva sua memória, para que esses crimes jamais se repitam, insistiu o político esquerdista: esta será "nossa responsabilidade nos tempos atuais e no futuro".

Terceiro campo de concentração construído pelo regime nazista, após Dachau e Sachsenhausen, Buchenwald entrou em funcionamento em julho de 1937, no alto da cadeia montanhosa Ettersberg, nas imediações de Weimar. Até ser libertado pelo Exército americano em 11 de abril de 1945, foi o maior campo nazista em território alemão. Em seus menos de oito anos de existência, conteve cerca de 250 mil detentos, dos quais mais de 56 mil foram assassinados ou sucumbiram a doenças e desnutrição.

Em dezembro de 1944, um terço dos prisioneiros de Buchenwald tinha menos de 21 anos, muitos tiveram sua família assassinada. Os prisioneiros políticos criaram, então, os assim chamados "blocos para crianças", setores do campo que contribuíram para aumentar as chances de sobrevivência dos menores de idade.

AV/epd,dpa

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