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Ataque mata dezenas de soldados no Sinai

8 de julho de 2017

Aliados do grupo "Estado Islâmico" atacam posto de controle militar com carros-bomba e artilharia pesada. Atentado é o mais grave em dois anos na região. Exército egípcio relata contra-ataque e morte de jihadistas.

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Soldado egípcio na fronteira com a Faixa de Gaza. Desde 2013, confrontos com jihadistas cresceream exponencialmenteFoto: Getty Images/AFP/S. Khatib

Militantes islâmicos atacaram um remoto posto de controle do Exército egípcio na Península do Sinai com dois carros-bomba e artilharia pesada, nesta sexta-feira (07/07), resultando na morte de ao menos 23 soldados e ferindo pelo menos outros 33. O ataque mais sangrento contra forças de segurança em dois anos na instável região foi reivindicado por uma filial local da organização extremista "Estado Islâmico" (EI). Exército relatou ter contra-atacado e que matou cerca de 40 jihadistas suspeitos.

 Os extremistas estão travando uma insurgência na pouco povoada Península do Sinai. Eles mataram centenas de soldados e policiais desde 2013, quando os militares derrubaram o então presidente muçulmano Mohamed Morsi depois de protestos em massa contra o seu governo e repreenderam os simpatizantes da Irmandade Muçulmana.

Os dois carros-bomba explodiram em dois pontos do lado de fora de um complexo militar ao sul de Rafah, na fronteira do Egito com a Faixa de Gaza, segundo fontes egípcias de segurança. Num comunicado, o "Estado Islâmico" disse que seus aliados atacaram o complexo porque os militares estariam se preparando para lançar operações contra o grupo militante sunita da região.

O ataque é o mais grave no Sinai desde ao menos julho de 2015, quando jihadistas do "Estado Islâmico" atacaram simultaneamente uma série de postos de controle e localidades do Exército egípcio em torno do Sinai do Norte. De acordo com dados oficiais, 17 soldados foram mortos na época.

Fontes de segurança descreveram o ataque como um atentado coordenado, com os carros-bomba destruindo os pontos de controle enquanto homens armados em veículos disparavam contra soldados que correram buscando refúgio. Além disso, os extremistas dispararam foguetes e granadas em direção a instalações militares além do posto de controle.

O Exército egípcio realizou um contra-ataque quase imediatamente, enviando aviões de combate para matar cerca de 40 jihadistas suspeitos de envolvimento e destruindo seis de seus veículos, segundo um vídeo divulgado pelos militares que mostra imagens aéreas do ataque militar.

"As forças de segurança no norte do Sinai conseguiram frustrar um ataque terrorista em alguns postos de controle ao sul de Rafah", limitou-se a divulgar um comunicado militar.  

Os atentado desta sexta-feira representam um desafio ao presidente Abdel Fattah al-Sisi, que descreveu a militância islâmica como uma ameaça existencial e a si próprio como um baluarte contra o extremismo numa região atingida pela violência e pela guerra. Jihadistas têm se deslocado cada vez mais para a região central do Egito, muitas vezes visando a minoria dos cristãos coptas.

PV/efe/ap/afp