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Equador ordena prisão do ex-presidente Rafael Correa

4 de julho de 2018

Ex-mandatário é acusado de participação no sequestro de um ex-deputado opositor em 2012 na Colômbia. Como ele mora na Bélgica, pedido de captura e extradição será enviado à Interpol. Defesa fala em perseguição política.

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Rafael Correa
Rafael Correa governou o Equador durante uma década, de 2007 a 2017Foto: Getty Images/AFP/STR

A Justiça do Equador pediu nesta terça-feira (03/07) a prisão preventiva do ex-presidente Rafael Correa, acusado de envolvimento no sequestro de um ex-deputado da oposição em 2012 na Colômbia. Um pedido de captura será enviado à Interpol, já que Correa vive na Bélgica.

A juíza Daniella Camacho, da Corte Nacional de Justiça (CNJ), acolheu, assim, um pedido feito horas antes pela Procuradoria-Geral do Equador para que o ex-presidente seja detido. Os advogados de Fernando Balda, o ex-parlamentar sequestrado, deram apoio à ordem de prisão.

Segundo informou a procuradoria, Camacho "ordenou a prisão preventiva contra o ex-presidente Rafael Correa por sua suposta participação nos crimes de associação ilícita e sequestro". "Ela enviará um ofício à Interpol para a captura com fins de extradição", acrescenta o órgão.

A decisão veio após Correa ter descumprido a ordem cautelar, determinada pelo próprio CNJ, de se apresentar à Justiça em Quito a cada 15 dias a partir de 2 de julho, após ter sido formalmente acusado de envolvimento no crime em 18 de junho.

Portanto, o ex-presidente deveria ter ido à corte nesta segunda-feira, mas não compareceu. Em vez disso, foi ao consulado equatoriano em Bruxelas, onde uma nota de comparecimento foi assinada pelo vice-cônsul, Bernardo Burgos.

A defesa chegou a apresentar documentos para comprovar que ele mora na Bélgica, país de sua esposa, e pediu, como alternativa, que ele pudesse se apresentar ao consulado na capital belga. Camacho negou o pedido, justificando que a representação diplomática é inadequada para o cumprimento da ordem cautelar.

Caupolicán Ochoa, advogado do ex-presidente, classificou a ordem de prisão preventiva emitida pela juíza de "perseguição política" e adiantou que vai recorrer da decisão.

Correa, por sua vez, afirmou que está sendo acusado "sem provas". "Sabem quão bem-sucedida será essa farsa a nível internacional? Não se preocupem, tudo é questão de tempo. Nós venceremos", afirmou o político em mensagens no Twitter nesta terça-feira.

Segundo ele, a Justiça do Equador tentará "humilhá-lo e fazê-lo passar por maus bocados, mas uma monstruosidade como essa jamais prosperará num Estado de Direito como a Bélgica".

O ex-deputado Fernanda Balda foi sequestrado por um grupo de criminosos colombianos em Bogotá em 2012, chegando a ficar algumas horas retido. Ele foi libertado com a ajuda da polícia, que se baseou em denúncias de taxistas que testemunharam o rapto.

Os autores do crime, detidos e julgados na Colômbia, delataram que agentes equatorianos da Secretaria Nacional de Inteligência (Senain), órgão que responde à presidência do Equador, participaram do sequestro.

Balda, que havia feito denúncias de corrupção no governo Correa (2007-2017), acusa o ex-presidente de ser o mentor intelectual do crime.

EK/dpa/efe/lusa/rtr

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