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EUA movem crianças migrantes após denúncia de más condições

25 de junho de 2019

Mais de 300 menores de idade estrangeiros eram mantidos numa instalação superlotada no Texas, cuidando uns dos outros e vivendo sem água e comida suficientes nem higiene adequada, denunciou grupo de advogados.

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Autoridades dos EUA dizem que número sem precedentes de crianças migrantes chegam até a fronteira através do México
Autoridades dos EUA dizem que número sem precedentes de crianças migrantes chegam até a fronteira através do MéxicoFoto: Reuters/J. Cabezas

Autoridades americanas removeram nesta terça-feira (25/06) a maior parte de um grupo de centenas de crianças migrantes que estavam alojadas em más condições em um posto da patrulha de fronteiras na cidade de Clint, no Texas.

O governo decidiu agir após denúncias de que mais de 300 menores de idade estavam detidos em instalações superlotadas, sem água e comida suficiente e em más condições de higiene.

O Departamento de Saúde e Serviços Humanos (HHS, na sigla em inglês) confirmou que 249 crianças foram transferidas para abrigos administrados pela própria agência governamental. Segundo o HHS, apenas 30 crianças permaneceram no local, próximo a El Paso.

Na semana passada, um grupo de advogados denunciou as péssimas condições no posto de Clint, afirmando que durante uma visita encontraram mais de 300 crianças em condições degradantes, sem alimentação adequada, roupas, escovas de dente e chuveiros. Algumas crianças dormiam no chão de concreto.

Os juristas dizem ter visto crianças pequenas sem fraldas sendo cuidadas por outras que sequer eram parentes. Algumas delas estavam no local há três semanas, sendo que 15 estavam gripadas e outras dez sob quarentena médica.

As regras do governo americano estabelecem que as crianças podem permanecer sob a custódia da patrulha de fronteiras por não mais que 72 horas, antes de serem transferidas para os cuidados do HHS.

Os advogados visitaram o posto em Clint para averiguar o cumprimento do chamado acordo Flores, firmado no governo do ex-presidente Bill Clinton, que estabelece as condições de detenção para crianças e famílias de migrantes.

Segundo os juristas, muitas das crianças entrevistadas chegaram sozinhas à fronteira a partir do México, enquanto outras foram separadas de seus pais ou adultos responsáveis.

A porta-voz do HHS Evelyn Stauffer afirmou que essa situação se deve a um "número sem precedentes" de crianças migrantes que chegam até a fronteira com o México. Ela disse que, apenas em maio, a agência atendeu cerca de 10 mil crianças, num dos meses mais movimentados da história do HHS.

A agência abriga jovens migrantes em diversas instalações pelo país por meio de seu Escritório de Reassentamento de Refugiados, até que a Justiça decida se eles devem ser entregues a suas famílias ou parentes.

RC/ap/rtr

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